LINKS:


Voltar ao ÍNDICE.
_________________________________________________________________

03 novembro 2011

cap 6: O homem

O HOMEM

Síntese:
1- O homem é imagem e semelhança de Deus, mas uma imagem ofuscada pela individualidade (egoísmo).
2- Deus fez o homem para amá-lo, mas o prazer do homem é desobedecê-lo.

Comentário 1:
Imagem e semelhança.
       Deus criou tudo o que existe agindo conforme sua palavra. Fez cada coisa segundo suas propriedades. Aos minerais deu formas cristalinas, aos vegetais formas e movimentos, e aos animais, formas, movimentos e instintos. Ao homem deu forma, movimento, instinto e vontade, e fez nele sua imagem e semelhança, como um ‘filho’. Segundo o livro do Gênese (1,31) ‘Deus contemplou toda sua obra, e viu que tudo era muito bom’. Mas o homem desobedeceu, comeu o fruto da árvore da ciência, e abriu a inteligência para o mal que não conhecia.
       O homem é semelhante a Deus, pois tem consciência, inteligência, liberdade e razão. É imagem quanto à vontade. Como a imagem é invertida em relação ao objeto, a vontade do homem é contrária à vontade de Deus. O homem é corrompido por sua vontade e liberdade, mas pode se recuperar usando a inteligência e a razão. Então Deus e o homem têm caminhos paralelos, que não se encontram, ou melhor, se encontram no infinito. Melhor ainda, seus caminhos se encontram no eterno ‘agora’ da vida.


Comentário 2:
O instinto.
       Os instintos são leis dadas por Deus aos animais para protegê-los da morte.
       O homem tem os seguintes instintos:
a) De preservação da espécie. Este instinto leva à reprodução, trabalho, união, medo, guerra e bondade, nas variações positivas e negativas. Ele faz viver em grupo para:
              1) reproduzir para manter a espécie, e
              2) participar na defesa do grupo.

b) De preservação individual ou de sobrevivência. É o que leva o mais adaptado a sobreviver. É a ‘lei do mais forte’ ou seleção natural. Leva ao egoísmo, competição, infidelidade, avareza e medo da morte, nas variações positivas e negativas.

c) De liberdade e independência. É o que gera a vontade. Leva à iniciativa, pesquisa e escolha, nas variações positivas e negativas.

d) De domínio e poder. É o que leva a vencer, à paixão, idolatria, dependência, valentia, violência, e formar grupos de tarefas, nas variações positivas e negativas.

e) O espírito não é instinto, mas os espíritos agem sobre o homem, e atuam sobre sua vontade ampliando os instintos, corrompendo-os, formando pensamentos e vontades.

       Como os instintos agem?
Os dois primeiros grupos de instintos citados levam ao medo e insegurança, depois à experimentação, à insatisfação, e por fim à escravidão.
Os dois últimos grupos levam o homem crer na sua imortalidade. Quando jovem não pensa na morte, e a desafia constantemente, com valentia e violência. Quando velho transfere a imortalidade para a alma já que a morte do corpo é visível. Apoia as lutas entre os jovens, para selecionar novos líderes.
       O instinto de sobrevivência age quando há fome, perigo de vida e opressão. Faz o homem fugir destas situações.
       O instinto de domínio age naquele que é forte, para conquistar o fraco. O fraco tem medo do opressor e da incerteza do que lhe pode acontecer. Isto gera uma reação irracional e violenta. E o opressor tem medo da reação do oprimido.
       O medo é a parte negativa dos instintos, e dá ao homem características violentas, tal como: a dominação, autoafirmação, desrespeito a tudo e a todos, apoio ao mais forte em detrimento da justiça. Tudo isso é mau para a humanidade, pois onde há força, há abuso, submissão e escravidão.
       A vontade de Deus é que se viva sob seu domínio, onde prevalecem as virtudes de justiça, compreensão, amor, caridade, união, espírito de bem. Para viver a vontade de Deus, o homem deve superar seus instintos (sua vontade, paixão, sentimento e emoção) usando a razão e a consciência (ciência com Deus). Mas o homem extrapola seus instintos, e isto provoca vícios. Só a razão pode mudar os vícios em virtudes, pois a razão é o controle do instinto. Como diz Paulo na sua carta aos Efésios (Gl5,16s):
       ‘Deixe se conduzir pelo Espírito (Santo), e não satisfaça os apetites da carne. Porque os desejos da carne se opõem aos do Espírito, e estes aos da carne; pois são contrários uns aos outros. Mas se deixar guiar pelo Espírito, não está mais sob a lei’, porque ‘o fruto do Espírito é a caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança. Contra estas coisas não há lei’. ‘As obras da carne são: fornicação, impureza, libertinagem, idolatria, superstição, inimizades, brigas, ciúmes, ódio, ambição, discórdias, partidos, invejas, bebedeiras, orgias e outras coisas semelhantes’.
       O homem deve procurar crescer espiritualmente, pois com liberdade (livre arbítrio) pode escolher o que é humano (instintivo, material, emotivo e sentimental) ou o que é divino (santo, sensação e racional). Ao escolher o humano ele se limita a ser um animal, e ao escolher o divino, ele deixa de ser animal para se tornar filho de Deus.
       Faça o teste para ver o quanto você está próximo de Deus. Analise sua vida, e escreva as 10 coisas que mais gosta (de fazer, de ter, de sentir) entre todas. Depois verifique uma a uma se são virtudes ou vícios. De quanto mais virtudes você gostar mais próximo de Deus estará.
Nota: O vício faz pensar que ‘tudo que é bom é pecado’.

Comentário 3:
Liberdade e consciência.
       Consciência significa saber junto com alguém. No homem, significa conhecer junto com seu criador. Conhecer as coisas de Deus, pois o homem necessita ter consciência da verdade para ser livre. Jesus disse: ‘conheça a verdade, e ela te libertará’. Jesus é a verdade e o conhecimento de Deus (Cristo, palavra). Este conhecimento é a Palavra que está escrita na Bíblia.

Comentário 4:
O Erro humano.
       A união entre o homem e Deus se dá pelo amor, perdão, paciência, mansidão, humildade, simplicidade, controle. A divisão entre os homens afasta-os de Deus, logo toda causa de divisão é maléfica. A vontade leva o homem à divisão, pois cada um quer tudo do seu jeito. Isto o torna individualista, egoísta, autoritário, arrogante, soberbo, invejoso, autossuficiente, impaciente. Afastar-se de Deus continuamente leva à decadência, a amar a violência e a destruição. Isto não quer dizer que há dois poderes soberanos, o bem e o mal, mas que há uma falta de entendimento do homem para com Deus. A bipolarização existe, mas ela é entre o homem e Deus, que são imagem e objeto, perfeição e pecado, e o erro do homem é o mal que o afasta de Deus. Culpa-se o demônio pelos erros que se comete, mas isso é fugir da responsabilidade. E se assim for, o demônio passa a ser o salvador, o que paga por nossos erros, substituindo Jesus. Assim culpar o demônio pelos nossos erros é uma heresia.


O DESTINO E O SOFRIMENTO:

Síntese: O homem é um animal, e segue um ‘projeto’ estabelecido por Deus, mas como ele pensa, ele pode se desviar do projeto afastando-se da vontade de Deus.

Comentário:
       Dizem que o homem tem um ‘destino’ traçado desde seu nascimento. Outros dizem ter ‘carma’ de encarnações anteriores. Mas nada disso é verdade, pois Deus dá a todos as mesmas condições de vida, sem distinção. O projeto básico do homem é o mesmo, de um animal agindo por instinto, conforme seu DNA. As ações instintivas podem trazer benefícios e sofrimentos, para si e para os outros. Aquele que sofre, não é escolhido por Deus para sofrer. Pode-se sofrer em consequência de uma ação instintiva sua ou de outro. Muitos erram, e acham que não. Procuram um culpado para seu sofrimento. É fácil aceitar o sofrimento quando se reconhece o erro, mas é difícil aceitar sofrer pelos erros dos outros. Eis a questão, meu erro pode prejudicar o outro, e eu não me importo, mas não aceito sofrer pelo erro do outro.
       A teologia cristã vem socorrer o mais fraco e o injustiçado, quando afirma que Jesus morreu inocente por nossos erros. Com o exemplo de Jesus o injustiçado é consolado, pois se identifica com Jesus, e tem a oportunidade de perdoar o seu ofensor. Ele adquire sabedoria de que seus atos podem causar sofrimento aos outros, se esforça para evitar isso, e assim cumpre o mandamento de amar ao próximo como a si mesmo.
       O mais fraco é o que mais sofre, porque na lei do instinto vence o mais forte, mas apesar de vir dos instintos esta não é a vontade de Deus. Os instintos fazem o homem mais inteligente quando ele quer se desviar de seus efeitos nocivos. Deus fez o homem inteligente para fugir do domínio dos instintos, e ficar sob seu domínio no seu reino, deixando de ser animal para ser santo.
       Mesmo desejando cumprir a vontade de Deus não se consegue fazê-la de forma correta, e se comete erros. De um modo geral o homem é imperfeito e injusto, não consegue fazer as coisas como devem ser feitas. O erro pode trazer sucesso e riqueza, ou fracasso e sofrimento para si e para os outros. Quem sofre devido a sua maldade merece o sofrimento, e quem sofre pelo erro do outro, assemelha-se a Cristo, que sendo inocente, sofreu e morreu pelos erros dos outros.


O DESTINO E AS CALAMIDADES

Síntese: A ciência do homem é dada por Deus para ele respeitar sua vontade (de Deus), mas o homem o desafia todos os dias.

Comentário:
        Quando ocorre uma catástrofe natural normalmente se pergunta se Deus é de fato bom, se esta é sua vontade, pois muitas pessoas são prejudicadas. Ocorre que a vontade de Deus já está definida desde a criação do mundo, esta vontade é expressa pelas leis da natureza. Mas Deus deu inteligência ao homem para evitar o que for possível. Conhecem-se as áreas de risco de enchentes, deslizamentos, vulcões, terremoto, gelo, maremotos, desertos, etc. O homem ocupa estas áreas sem temor algum, e se ocorre uma catástrofe culpa Deus por não tê-la evitado. As pessoas, governos, comerciantes, industriais não se importam com estas leis, e desafiam Deus. Preferem a sua própria ciência, as leis do mercado, a produção próxima do consumidor, a fábrica perto da matéria prima, a casa perto do emprego, o lugar da moda, o lugar rico, e outros milhares de justificativas, e se esquece da condição mais importante, que é de se afastar do perigo que certamente virá.
       Por exemplo. Sabe-se que existe na Califórnia (USA) uma falha geológica de alto grau de risco de terremotos, mesmo assim, esta é a região mais rica do mundo. Sobre a falha geológica, construíram (e constroem) grandes cidades, centros de alta tecnologia, fábricas, tudo o que há de melhor. Sabem que tudo está condenado! Fazem filmes catastróficos sobre a região, ganham dinheiro com isso, e atraem ainda mais investimentos para lá.
       No Brasil, um bom exemplo são as favelas, ou estão nos barrancos ou nos córregos. Terrenos baratos e impróprios que as pessoas compram, por pobreza e falta de opção, e os governos deixam, e ainda dizem que resolveram o problema da pobreza. Não pensam em problemas, acham que não os terão, e que Deus tem que ajudar. Assim uma questão técnica se torna moeda política e um grande problema social. Um desrespeito triplo: à pessoa, ao cidadão e a Deus.


PREDESTINAÇÃO

Síntese: O projeto de Deus é para todos, e a predestinação anula a fidelidade de Deus.

Comentário:
       Deus criou o homem perfeito e santo, e sua vontade é que ele continue assim. Mas o homem é capaz de traçar o seu destino, e prefere viver a sua vontade à de Deus. Todos foram criados santos, e após o pecado, todos também são predestinados a serem santos e filhos de Deus em ‘Cristo’. Acontece que ninguém quer ser santo, e só Jesus aceitou.
       A predestinação incondicional nega a salvação do homem por Jesus, pois ele morreu por todos que crerem nele, não só por um grupo predestinado. Veja, Israel foi eleito o povo de Deus para receber seus ensinamentos. Isto é eleição. Mas Israel não aceitou, e não usufruiu dos benefícios da eleição. Mas pode voltar atrás, e aceitar a eleição, então receberá seus benefícios. Então nem Israel nem o novo povo de Deus (os cristãos) são predestinados, mas são escolhidos, pois têm que aceitar a vontade de Deus.
       Esta aceitação é escolha ou livre arbítrio. Às vezes este livre arbítrio parece não ser tão livre assim, pois temos impressão que não há escolha. Esta falta de opção, às vezes, vem por decisões tomadas por nós ou por gerações anteriores. Exemplo: Hoje, muitos descendentes de imigrantes europeus aqui no Brasil, sofrem. Se seus ascendentes tivessem ficado na Europa, apesar da crise da época, hoje estariam em situação melhor lá na Europa. Já os descendentes de escravos, é o contrário, pois seus ascendentes foram escravizados lá na África para escapar da morte, e aqui no Brasil, mesmo como escravos tinham condições melhores que lá.
       Paulo diz (Rm8,28s): ‘sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são eleitos, segundo os seus desígnios. Os que ele distinguiu de antemão, também os predestinou a serem conformes à imagem de seu Filho’. Neste texto, a predestinação impõe as seguintes condições:
                                 1- amar a Deus
                                 2- ser conforme a Cristo
Supondo que haja a predestinação. Se um predestinado não aceitar uma das condições ele estará suspenso até que aceite. Se um não predestinado aceitar ele será salvo.
       Novamente (Rm11,16s) Paulo faz uma comparação do povo judeu com uma oliveira boa, e do povo pagão convertido com uma oliveira selvagem. Exemplificando que Deus fez um enxerto. O ramo bom foi cortado, e foi enxertado o ramo selvagem. Ele diz: ‘Se Deus não poupou os ramos naturais, bem não poderá poupar a ti’. E mais, ‘E eles, se não persistirem na incredulidade, serão enxertados; pois Deus é poderoso para enxertá-los de novo’.
       A predestinação incondicional à salvação é dupla heresia, porque faz Deus ser seletivo, e tira o Senhorio de Jesus, mas sabemos que Deus é bom, não distingue pessoas, e que Jesus é o Senhor.


A QUEDA

Síntese: O homem não se aproxima de Deus, porque prefere ser diferente.

Comentário 1:
O progresso da ciência.
       A ação (Espírito) com conhecimento (ciência de Deus) produz matéria, tempo e vida. O tempo transforma a matéria, reduz sua vida, e isto é a imperfeição física. O homem também tem a imperfeição moral, que ocorre quando a inteligência extrapola à vontade de Deus expressa nos instintos, transformando-a em maldade (pecado). A diferença entre o animal e o homem é que o primeiro usa os instintos para sobreviver. Como o animal não pensa, ele se restringe ao instinto, é dominado por ele, e cumpre a vontade de Deus. O homem pensa, e não se guarda dentro dos limites do instinto, ao contrário, ultrapassa-os o quanto pode. É insaciável. Usa e abusa dos instintos. A consequência deste procedimento é a maldade. Este processo se chama de ‘queda do homem’. Ele deixa a vida perfeita no paraíso para viver sua vontade no mundo, e se depara com uma luta pela sobrevivência.
       Na Bíblia a queda é explicada por Adão e Eva que desobedecem à vontade de Deus, e comem o fruto do conhecimento. Logo o pecado original é a desobediência motivada pela sede de conhecimento. Então deve se cuidar para que a necessidade de conhecer (descobrir, pesquisar e resolver) não leve o homem a situações indesejadas.
       Aqui faço um parêntesis para definir:
a) A descoberta vem de Deus através da natureza, onde o homem descobre, ou melhor, acha a solução para o problema.
b) A invenção é algo que o homem cria por inspiração de um espírito, seja revelado por Deus ou por outro espírito. Ela não visa diminuir sofrimentos, mas trazer melhorias, atender desejos e vontades dos homens. A invenção tem efeito colateral, cria novos problemas.
       Continuando. Onde se conclui que a desobediência de Adão foi devido ao conhecimento extra que ele quis adquirir para sua vantagem. Hoje ela se apresenta como progresso. Mas o progresso é necessário, e como viver sem ele? Mas o preço não é muito alto? Observe as cidades, os derivados de petróleo, a poluição, as habitações, a destruição do meio ambiente e outros problemas. A Bíblia ensina que o preço do pecado é a destruição e a morte. E não é? O mundo caminha para o abismo, e espera que no caminho apareça uma solução, mas a solução de hoje será o problema do futuro. Um beco sem saída! Não há esperança no homem! Não se pode esperar pelo homem.
       A Bíblia diz no livro do Apocalipse que, apesar dos flagelos e sofrimentos, a humanidade não será destruída. Há uma solução. Há uma esperança em Deus. Ele acompanha o homem indo por caminhos tortuosos, como um pai vê o filho que se volta para o álcool, às drogas, ao banditismo, e percebe que seu fim está próximo. O pai não pode fazer nada se o filho não quiser. Mas Deus age com amor e sabedoria, e tem a solução, é só observar. Veja que os países desenvolvidos têm um padrão de vida melhor. No seu tempo de pobreza destruíram o meio ambiente para crescer. O ambiente se reequilibrou, e ainda consegue sustentar o povo. O padrão de vida melhorou, mudou o comportamento das pessoas, e reduziu a taxa de natalidade (sem o homem querer, mas porque Deus quis). Os países subdesenvolvidos passarão por este mesmo processo, evitando a autodestruição (pelo socorro de Deus). Esta é uma solução perfeita e inteligente de Deus.
       Nos anos 80 ocorreu a crise do petróleo. Desde lá, os cientistas tentam descobrir uma bateria que tenha a capacidade para alimentar uma casa, ou um carro por pelo menos por 15 dias, mas sem sucesso até os dias de hoje (2015). Mas Deus irá mostrá-la (revelar) a um ignorante e pobre, pois a Bíblia diz: 'O que é tolo para o mundo Deus escolheu para confundir os sábios, e o fraco para confundir os poderosos’. (1Cor1,27).
      Veja que o assunto mudou completamente; é como disse, ao se aprofundar no conhecimento, o homem termina se desviando do objetivo, e altera o resultado. Este é o pecado.

Comentário 2:
Voltando à queda do homem.
A história do pecado.
       O homem primitivo quase não usava o raciocínio, vivia no instinto, na lei do mais forte, pela ganância, querendo dominar e escravizar. Explorava, mas temia ser explorado por um mais forte. À medida que progredia tecnicamente e racionalmente, o medo aumentava na proporção, e a segurança passou a ser prioritária. Hoje ainda é assim. A urbanização, a modernização, o progresso atraem as pessoas para a cidade, que passam a viver nos limites da sobrevivência, e precisam urgentemente de melhores condições de vida. O progresso material e o materialismo não são suficientes para livrar (salvar) o homem desta luta. Nem o humanismo (ele próprio). A salvação é se afastar da falsa inteligência, emocional, instintiva, materialista, humana, e se voltar (converter) para a inteligência de Deus, racional, espiritual, que tudo sabe e cria. Porque as causas da queda foram:
                   a) na religião, a desobediência.
                   b) na ciência, a curiosidade.
                   c) na vida, a insatisfação.
E tudo isso acontece hoje, ao mesmo tempo.

Comentário 3:
O pecado original é o sexo.
       O homem pecou pela primeira vez com o ato sexual. Este era o ensinamento da igreja na Idade Média, e não representa o ensinamento bíblico, pois na Bíblia o sexo não é pecado, ao contrário, é estimulado. Deus ordena ao homem que cresça e multiplique (dentro das regras morais). O ensinamento de que sexo é o pecado original vem do ocultismo, pois nele o sexo foi a causa da queda dos anjos, tornando-os humanos. Um anjo hermafrodita e puro evoluiu para homem e mulher impuros.

Comentário 4:
O pecado e a misericórdia.
       O conhecimento traz sofrimento, pois o conhecedor se relaciona com ignorantes, e isto o deixa angustiado. Adão comeu o fruto da árvore do conhecimento, desobedecendo a Deus, e gerou o pecado. O pecado foi a desobediência cuja consequência é conhecer o mal, e ele traz sofrimento e morte. Assim se percebe a diferença entre as naturezas humana e a divina. A humana é ciência de ‘progresso’ que traz sofrimento. A divina é ciência de amor e misericórdia. Então o empresário é o homem ignorante que produz coisas que trazem sofrimento à humanidade. O homem conhecedor é aquele que ajuda o irmão em sua angústia criando coisas para corrigir os efeitos maléficos do progresso. A nova tecnologia é o mal, e a tecnologia corretiva é o bem. Como já disse anteriormente, hoje se necessita da tecnologia de acumuladores de energia elétrica, para corrigir problemas causados pelas tecnologias poluidoras do ar, aplicadas em automóveis e indústrias. A tecnologia do homem (invenção) vem dos centros sofisticados, mas a revelada por Deus vem de homens sem estudo acadêmico nem tecnologia.


A RECONCILIAÇÃO

Síntese: O homem deve deixar sua vontade, converter (mudar) para se aproximar de Deus.

Comentário:
       Adão e Eva eram puros e eternos, pois faziam a vontade de Deus, mas foram seduzidos por sua vontade, desobedeceram, adquiriram o mau conhecimento, que modificou seus pensamentos, e os afastou de Deus. Sabendo o que tinha acontecido Deus os chama, e eles cheios da sabedoria humana se esconderam. Poderiam responder ao chamado, se arrepender, e ficar no paraíso, mas não se arrependeram, pois gostaram do que provaram, e fugiram para longe de Deus. Esta estória é contada para alertar que Deus quer o homem de volta. Ele o chama, e o atrai para a reconciliação. Quer perdoá-lo, restaurá-lo, e levá-lo de volta ao paraíso. Mas o homem continua fugindo! Não quer reconhecer seu erro e sua imperfeição nem quer deixá-los, e voltar para Deus.
       Deus chama para renunciar à natureza humana, e viver sob a natureza original (divina), mas o homem resiste ao chamado. Foge para os modos existenciais inferiores, onde a vida é mais instintiva, cheia de sofrimento e com morte espiritual. Quando sofre, o homem se lembra de Deus, e pede ajuda. Deus o socorre por misericórdia. Passado o sofrimento volta a ser como antes, e foge novamente. Corre atrás de sonhos, planos e desejos, e não percebe que são ilusões, engano e sofrimento. E o ciclo de sofrimento, socorro e ingratidão se repete. Nos momentos difíceis deixa Deus agir, nos momentos bons se satisfaz com sua vontade, e não aceita Deus. Algumas pessoas conseguem entender isto, e rompem o ciclo. Renunciam a sua vontade, e aceitam a vontade de Deus.
       A aceitação da vontade de Deus deve ser livre e por amor. Uns aderem por tradição, e se lamentam pelo que deixaram para trás. Outros querem uma recompensa futura, o céu, como ensina a igreja. Mas a adesão por interesse não tem valor, porque Deus quer o amor e a misericórdia, e não o sacrifício. E a vontade de Deus é que o ame sobre todas as coisas (Tê-lo sempre no pensamento), e ame ao próximo como a si mesmo. Simplesmente amar sem nada em troca.


OS INSTINTOS E O PECADO

Síntese: Pecar é se iludir, se enganar, portanto não é a vontade de Deus.

Comentário 1:
Os instintos e o pecado
       Pecado é uma falha no comportamento que ocorre quando o instinto passa dos limites, e forma os defeitos de personalidade: egoísmo, autossuficiência, avareza, gula, soberba, manias, vícios.
       Jesus após o batismo foi tentado três vezes. Isto significa haver três grupos de pecados, que são: ter, querer e poder.
1- O ter é querer e acumular coisas materiais e financeiras, e se possível tudo para si.
    O ter faz a pessoa valorizar as coisas materiais mais do que elas valem.
2- O querer é satisfazer os desejos emocionais, como ambição, sexo, ciúme etc.
3- O poder é dominador e glorioso, e o homem o deseja muito.

       Tipos de pecados: simples e sistemáticos.
1- Os simples são os mais conhecidos, pois são fáceis de serem identificados, como: matar, roubar, desrespeitar, adulterar, trair.
2- Os sistemáticos são difíceis de identificar, e nem se parecem pecados. Quase sempre desrespeita o primeiro mandamento. Implicam em não idolatrar, ou seja, não se subjugar (respeitar todos, sem ser dominado). Não praticar o bem comum. Desprezar as virtudes. Participar ou coparticipar do mal.

Ex: Não é pecado querer ter saúde, ter boa situação financeira, nem para si nem para os outros, mas se para adquiri-los usa-se a lei do mais forte, a competição e a corrupção, então se torna pecado. Neste caso, ainda pode haver outros pecados envolvidos, como: ambição, desrespeito, esperteza, egoísmo, aproveitar-se da ocasião, usurpação, uso de poder, uso de influência, preconceito, nepotismo, exploração, corrupção, coação, ameaça, troca de favor, chantagem, violência, poder de máfias e poder paralelo.

As consequências do pecado são:
                 1- a morte espiritual (autodestruição, doenças, vícios e escravidão)
                 2- o desequilíbrio social (marginalização e violência)
                 3- a destruição do meio ambiente
                 4- menor qualidade de vida
Como o assunto é complexo, elaborei o quadro abaixo resumindo a influência dos instintos no pecado, e os associei às tentações de Jesus no deserto, após o batismo.

                    Análise dos instintos, suas fontes (tentações) e consequências.



Comentário 2 :
Pecados de impureza e imperfeição.
       Toda injustiça é um pecado, ou seja, injustiça e pecado são a mesma coisa. Injustiça na teologia é não obedecer a Deus, assim uma coisa que parece injusta para o homem, se for a vontade de Deus passa a ser justa, e vice-versa.

Tipos de pecados de impureza e imperfeição.
1- As impurezas, ou pecados propriamente ditos, são atos de maldade conscientes ou não, que afastam o homem de Deus. Faz esquecer que Deus existe. Torna o homem pior, e o leva de volta à vida animal.
2- As imperfeições são atos que mesmo não ‘pecando’, o torna imperfeito.
Elas não deixam o homem se aproximar de Deus. Impedem que o descubra, e goze de suas graças aqui na terra. Impedem o aperfeiçoamento da pessoa.
       O homem materialista dá mais importância à impureza que à imperfeição, pois quer se purificar, e se esquece de se aperfeiçoar. O homem espiritual quase superou as impurezas, e procura a perfeição. A purificação consiste em se limpar dos pecados, enquanto a perfeição consiste em eliminar suas causas. Quando se aperfeiçoa, se purifica. Quem se purifica, e não se aperfeiçoa, volta a pecar, porque a causa do pecado continua.

Comentário 3:
O pecado e a política
       Na antiguidade os governantes eram considerados representantes de Deus, e buscavam o bem comum, ou pelo menos tinham a intenção de busca-lo. Hoje o espírito humanista vê a economia como produção e consumo, e o homem seu agente.
Veja o paradoxo. No humanismo tiraram Deus para colocar o homem no centro das coisas, mas o centro é o poder, e tudo gira em torno dos poderosos. Não há bem comum, só há bem para o núcleo. Isto implica em:
       1- Criação de leis que fomentam o instinto de competição e violência.
       2- Falta de políticas voltadas para o bem comum, como: habitação, educação, saúde, alimentação, transferência de conhecimento, combate à violência, combate à exploração e à escravidão.
       3- Favorece ao instinto de domínio, como autoritarismo, desordem e corrupção.
       4- Gera no homem a desilusão, perda da esperança e depressão.
Para sair do caos, o homem procura um ponto de fuga e apoio psicológico (como: mitos, celebridades, falsos deuses, e igreja), o que favorece a manipulação do homem, dominação, alienação, perda do nacionalismo, uso de drogas e violência.
       5- Transforma o cidadão em povo. Cidadão é o homem que tem obrigação de pagar os impostos, cumprir as leis, pois isto é o bem comum, e garante seus direitos. Povo é o cidadão que perdeu a cidadania, uma figura de retórica, fictícia usado pelos maus políticos para enganar o cidadão, e negar-lhe a cidadania.

Comentário 4:
O pecado e os esportes
       Os instintos servem para proteger do perigo. Como o homem pensa, os instintos servem para limitar suas pretensões. O desejo atua no homem levando-o a querer mais, e o instinto gera o medo e a insegurança do desconhecido. O homem extrapola seus instintos, desafia o medo para fortalecer sua coragem e valentia, e aumentar a autoconfiança. Um desafio comedido exercita a coragem, útil para a defesa. Mas a pretensão do homem é a valentia, útil para a guerra e a conquista. Assim ele traz exercícios de guerra para sua vida. Na antiguidade eram os Jogos grego (atletismo) e os gladiadores. Hoje o boxe, as touradas, os esportes radicais. Tudo isto parece esportivo e bom, mas é mau, pois pode causar morte, invalidez e traumas ao homem e aos animais envolvidos.
       O homem jovem não tem limites, e acha que pode tudo, então os instintos funcionam como um alerta, colocando o medo no momento de risco. Seria como se o animal homem, chamasse a atenção do homem inteligente. Na Bíblia há uma passagem que mostra uma situação semelhante. O profeta Balaão foi chamado para amaldiçoar os judeus, e no caminho sua jumenta o interpelou e ‘falou’ para não amaldiçoar os judeus. Então Balaão foi, e os abençoou (Nm22).

Comentário 5:
Apocalipse (pecado e morte)
       Se um homem religioso (temente a Deus) ofende seu próximo, fica triste. Na doutrina Bíblica ele morre, porque a morte é a consequência do pecado. Se ele pede perdão ao próximo, se reconcilia e volta à paz. Na doutrina Bíblica ele ressuscita, renasce, e volta a ter paz. Se não pede perdão, a tristeza vai passar, mas haverá uma barreira entre eles, e ele está morrendo para Cristo. No mundo, conforme a doutrina Bíblica, quem reina é o erro e o mal (satanás), e quem vive no mundo está morto ou morrendo para Cristo. Não quer dizer que o temente a Deus esteja bem e salvo, pois ele sempre está pecando, e precisa pedir perdão e perdoar para se reconciliar. Temer a Deus significa, justamente, isso, que o homem é pecador, mas se esforça para se reconciliar e se corrigir. Isto também é conversão, ou seja, temer a Deus é se converter a cada instante, reconciliando-se com Deus e com o próximo. Com os erros o homem aprende não errar, e cresce no conhecimento de Cristo. Aperfeiçoa-se, mas não chega à perfeição, porque a perfeição é um atributo de Deus, metafísica e inatingível. O Apocalipse fala desta questão (em linguagem hiperbólica) como sendo a volta de Cristo, que será quando todo mundo conhecer esta doutrina. O homem pode aceitá-la ou não. Então serão separados os tementes que aceitam dos não tementes, e Cristo (a vontade de Cristo, que é a de Deus) reinará sobre o seu povo.


A ILUSÃO, O SONHO E A ESPERANÇA.

Síntese: O homem natural é instintivo e emotivo, mas precisa desenvolver seu lado racional.

Comentário 1:
Emoção e razão.
       O homem emocional se apega às coisas com sentimentalismo e paixão. A mídia e o comércio fomentam o sonho e a ilusão, pois sobrevivem da emoção do homem, e através dela o domina. Não lhes interessa o desenvolvimento racional do homem, querem que ele continue emotivo e passional. Incutem-lhe necessidades desnecessárias a ponto dele dizer: ‘meu sonho é isto’, ‘meu objeto de consumo é isto’, ‘não sei viver sem isto’, fazendo-o viver uma vida artificial, de ilusão, que não satisfaz, e traz infelicidade.
       O homem tem que entender que a vida não depende dele nem de seus sonhos, mas da vontade de quem o criou (e Deus é poderoso para sustentar tudo). Tem que aprender a aprimorar seus sentimentos, confiar que o verdadeiro conhecimento faz crescer, e liberta das manobras dos homens e da mídia. Deve deixar de ser guiado por emoções e instintos, para ser guiado pela razão e inteligência, e em Deus esperar a ‘verdadeira’ vida. Buscar as virtudes, a paz, a saúde, as boas amizades, e participar do Reino de Deus (Deus reina pelo espírito de Sabedoria) aqui na Terra.

Comentário 2:
Ser decidido.
       No dia a dia só temos notícias ruins. A mídia vive de desastres, fofocas, corrupção e baixaria, por isso ela incentiva estes comportamentos, e sabe que o homem natural gosta disto. Analisando bem se vê que as questões mostradas na mídia são reais, e fazem parte do dia a dia. Isto não vai mudar nunca. Basta olhar para a história da humanidade. É um problema existencial. Passam-se gerações e gerações, e o problema continua. Alguns se revoltam, outros lutam, outros aceitam, outros se alienam nas drogas, ou na religião. Parecem questões sem solução. Seu sonho não se realiza, e se ilude. Não há esperança para o homem natural.

Tiago diz: (Tg1,6s) ‘porque o homem que vacila, assemelha-se à onda do mar, levantada pelo vento e agitada de um lado para o outro. Não pense, portanto tal homem que alcançará alguma coisa do Senhor, pois é um homem irresoluto (de duas almas), inconstante em todo o seu proceder’. E aconselha: (Tg4,8) ‘Aproximai-vos de Deus, e ele se aproximará de vós. Lavai as mãos, e purificai os vossos corações, homens de dupla atitude. Reconheça vossa miséria, afligi-vos e chorai!’
       Mas o homem que deixa a condição de animal, e se converte num novo homem racional e inteligente, achou a solução (única e melhor) para seu problema existencial. Porque o homem racional encontra o equilíbrio e a paz em sua vida, independente da realidade, da situação social, política, cultural e econômica, pois ele não se deixa levar pela propaganda, pelo formador de opinião, pelo charlatão e pelo falso sério (incluindo igrejas). Ele quer mudar, tem a esperança de deixar de ser um animal humano para ser um homem divino, um filho de Deus.

Pedro diz: (1Pd3,8) ‘Tende todos um só coração e uma só alma, sentimentos de amor fraterno, de misericórdia, de humildade’.

Comentário 5:
A relação do homem com Deus.
       O homem vivia como um deus no paraíso, e sua relação com Deus era de pai e filho. Deus não nega sua paternidade, mas Adão desobedeceu, cortou esta relação, desligou-se dele, e preferiu viver com a mãe matéria (natureza). Os agnósticos dizem que 'Deus se afastou do homem', mas foi o homem que se afastou pela desobediência. O homem se acha longe, mas Deus continua perto, porque ele é amor, e o convida a voltar. Deus sustenta seu filho, mesmo afastado, mas não pode ter com ele uma relação de amor e amizade. Por isso Ele quer o filho de volta no mundo espiritual, mas este quer se manter na matéria. O homem imaturo se afastou de Deus, mas precisa dele para amadurecer, atingir seu ‘ser’ (ou salvação), e ser livre. O homem quer ser livre e independente de Deus, mas é dependente dos homens. Para ser livre é preciso se religar a Deus e depender dele, para ser livre dos homens.


Voltar ao ÍNDICE.
_________________________________________________________________