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03 novembro 2011

cap 12: O Pensamento Humano

O  PENSAMENTO  PRÉ  HISTÓRICO

Comentário 1:
Primeiras ideias de como surgiu o universo.

a) teoria do ovo.
O universo foi criado de um ovo espiritual que continha o espaço e os anjos criadores que nele se moviam. Mais tarde o ovo foi representado pelo círculo da Cabala que no interior tem seis círculos que representam os estágios da evolução (rondas) e das reencarnações (planetas). Existe um sétimo círculo, fora do ovo, que representa o homem gerado.
Neste caso, o homem da terceira raça se reproduzia por ovos.

b) teoria do leite.
O universo foi formado quando o éter espacial coalhou semelhante ao leite que coalha separando o soro e o coalho. O soro seria o éter, e o coalho seria os planetas (estrelas). Daí o nome Via Láctea. Neste caso, o homem é criado do esperma coalhado.

c) teoria do fogo
O fogo é a origem e o fim das coisas. O universo surgiu de luz, chama e fogo. O fogo é o criador da luz, e a luz é essência divina. Durante a formação um rasto de poeira cósmica serpenteava no espaço formando turbilhões em forma espiral, que formaram galáxias. O fogo se aglutinava e formava rodas e esferas celestes, que se chocavam e causavam a rotação das mesmas. As esferas são os astros. O relâmpago produz o raio, que são anjos que descem à terra para criar as coisas.

d) teoria da ova de peixe
O universo foi formado, semelhante ao peixe que espalha as ovas na água, estas se atraíram e formaram coágulos que se movimentavam, adquiriram rotação, e formaram os astros. O universo se aquece e expande, se contrai e resfria causando o movimento de rotação das galáxias e planetas.

e) teoria do caos
No inicio o caos era uma vibração sutil, depois o movimento se diversificou, aumentou, e formou coisas sem formas, que se solidificaram. Tomaram formas que evoluíam, e se transformaram no que se conhece, e continuam se transformando.

f) Estas teorias são muito antigas. Foram criadas por sábios adoradores politeístas, que observando os fenômenos atmosféricos imaginavam a criação e os deuses. Um céu nublado, uma tempestade, ventos e tornados, raios e trovões inspiraram estes sábios.

g) Mas na mesma época havia sábios monoteístas que pensavam diferentes. E diziam:
           ‘São insensatos por natureza todos os que desconhecem Deus, e através dos bens visíveis, não souberam conhecer aquele que É, nem reconhecer o artista, pela obra. Tomaram o fogo, o vento, o ar agitável, a esfera estrelada, a água impetuosa, os astros dos céus, por deuses regentes do mundo. Se tomaram estas coisas por deuses encantados pela sua beleza, saibam então, quanto o Senhor delas prevalece sobre elas, porque ele é o criador da beleza que fez essas coisas’ (Sab13).

Comentário 2:
O Universo e o homem (cosmologia).
Acreditava-se que o cosmo (o todo) era composto por quatro elementos fundamentais: éter (ar), água, rocha (terra) e fogo. A vida era em ciclo, e passava por estas quatro fases. Era como um edifício de quatro andares. A água estava em baixo, e era habitada por seres no estágio de coágulos. Sobre a água flutuavam as rochas (os continentes) onde habitavam seres na forma carnal e humana. Sobre a terra havia o éter, onde viviam seres leves, purificados, etéreos, angelicais. O ser aquático morria e seu espírito subia até aflorar na água, e daí se encarnava como animal ou humano. Entre a terra e o éter havia o fogo, que purificava, e tornava divino. Quando o homem morria seu espírito subia ao éter, com corpo etéreo angelical. Depois se reencarnaria novamente descendo pela chuva, e recomeçando o ciclo pela água. Entretanto se o corpo passasse pelo fogo não mais se reencarnaria. Elevava-se mais, e se tornava um deus. Até hoje há muitas crenças baseadas nestes conceitos.

Por exemplo:
                       1- os espíritos têm personalidades.
                       2- os espíritos evoluem, e passam por planos existenciais.
                       3- o homem veio da água (do mar).
                       4- existe civilização subaquática.
                       5- os continentes eram apenas um, que se dividiu, e se separou.
                       6- existem anjos que voam no éter.
                       7- existe vida espiritual nos planetas.
                       8- depois da morte o homem vai viver em outro plano.
                        9- os sacrifícios com animais exalava o perfume, que subia pelo éter até o céu, e agradava aos deuses, porque eles apreciavam o que era purificado pelo fogo.
                      10- Cremação de cadáver para purificá-lo.

Mas tudo isso foi superado pela religião judaico-cristã e pela ciência científica, apesar do esforço de muitos para conservar estas crenças dizendo ser ciências ocultas.

Comentário 3:
A justiça e o direito.
O período pré-histórico foi difícil para o homem, pois ele era selvagem. Aos poucos se organizou, criou utensílios, ferramentas e armas para caçar, se alimentar, e se proteger. Criou a fala, depois a escrita. Acredita-se que os Sumérios e os Caldeus registravam suas leis em 3 000 aC, portanto nesta época já havia organização política sem noção de estado, mas não há documentação que prove. A prova escrita mais antiga que existe é o Código de Hamurabi, tido como fundador da Babilônia (1750 aC).
            Naquele tempo, o conhecimento era incipiente. Ciências, história e religião se confundiam. Eram ensinadas na forma de lendas e mitos. Algumas foram escritas na origem, as mais antigas foram compiladas mais tarde. Assim chegaram até nós. Eis alguns conceitos:

a) A terra era uma placa plana flutuando no mar, e o  firmamento (as nuvens) era outra placa leve e sutil que flutuava no éter. Os homens habitavam na terra, e os deuses o céu. Os deuses coordenavam todas as atividades, para isto, cada um tinha sua estrela que era como uma escotilha. O deus principal (o Sol) ao acordar abria sua escotilha no céu para espiar os homens. Sua luz iluminava a terra, e isso era bom. Quando o homem morria podia se tornar um deus, então ganhava uma escotilha (estrela) para de lá ajudar aos vivos.
b) Pessoas más não subiam ao céu, mas desciam ao inferno sob a terra, lugar de sofrimento, lava, e fogo.

c) A terra era a diversão dos deuses, que atendiam aos desejos dos homens, e se divertiam com seus erros. Havia uma falsa liberdade, e o homem tinha o direito de fazer o que queria, sem responsabilidade, pois achava que seu deus o protegia. Era o pensamento politeísta.

d) Abraão, personagem bíblico, nasceu em Ur na Caldeia em 1850 aC, portanto antes de Hamurabi, e teve um pensamento novo: dizia que só havia um Deus (monoteísmo), que deu vida e criou tudo, o Deus da vida. Fez o paraíso para o homem, que desobedeceu, e preferiu sair de lá para ser livre. O homem era livre no bem, mas queria mais. Conheceu o mal, e o mal o escravizou com vícios (pecados). Mas Deus quer, e permite que ele volte ao paraíso, basta que abandone o mal, conheça a lei, o dever e a justiça. Mas quem escolher o mal viverá com ele e para ele, e não conhecerá o bem. Mais tarde tudo foi escrito no livro do Gênese.
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O PENSAMENTO ANTIGO
(Idade Antiga)
Resumo cronológico

Comentário 1:
A Filosofia que vem do monoteísmo.

Abraão (1920 aC.) – Personagem bíblico pai do povo hebreu. Foi o primeiro a crer num Deus Único, criador da vida. Sua filosofia pré-histórica foi implantada por Moisés, quase 500 anos depois, quando os israelitas descendentes dos hebreus saíram do Egito para a Terra Prometida.

Moisés (1500 aC.) – Organizou a religião monoteísta, e escreveu sua filosofia para orientação do povo israelita. Dizia que só há um Deus, que criou tudo, e o povo devia respeitá-lo acima de todas as coisas, porque ele é o dono de tudo. A forma de demonstrar esse respeito era seguindo a Lei. Recebeu de Deus a Lei que os protegeria do mal, da doença, da fome e da guerra. Deus sabia se respeitavam as leis, pelo que acontecia com eles. Se estavam em paz é porque a respeitavam, se havia guerra, é porque a desrespeitavam (porque a guerra vem do mau comportamento do homem). Deus conhecedor de tudo, para socorrer o homem, colocou na lei que após uma guerra o vencido seria escravizado durante seis anos, e no sétimo deveria ser libertado. O povo sabia que quem libertava era Deus, através da lei. Isso fez que se unisse, se entendesse, e no caso de escravidão se revigorasse (pois sabia que ia ser libertado por Deus). Não havia necessidade de um rei, pois Deus era seu rei, e os administrava pela lei. A lei era completa e autônoma.

Comentário 2:
As Filosofias que veem do politeísmo.
(fonte: Will Durant)

Anaximandro e Anaxímenes de Mileto (580aC.) – Afirmava que tudo vinha do ar. O ar animado por um movimento eterno (o vento) causa a separação em pares opostos. Ao longo do tempo estes pares pagam as injustiças cometidas entre si.

Plutarco – Afirmava que não vemos o ar, mas sentimos seu movimento, dele tudo emana, e nele tudo se dissolve. Nossa alma é ar, e nos mantém unidos, e o ar (espírito) une o mundo.

Pitágoras (571aC. ) – A alma é originária de outro mundo, e se une à matéria para se purificar. Tudo é regido pelo ‘Logos’, que é a Lei.

Anaxágoras (500aC.) – Tudo era um todo, e o espírito fez as coisas se afastarem por oposição entre si, gerando movimento e diferenciação. Em todas as coisas ficou um pouco do espírito, que não se mistura com a natureza das coisas. O grau de inteligência dos seres vivos depende da estrutura física e do espírito (nous).

Empédocles (492aC.) – Amor e ódio são as forças que impulsionam o ser humano. Nossos espíritos foram expulsos da morada dos deuses para se purificar. E devem se reencarnar várias vezes. A virtude (qualidades morais) se alcança conciliando razão (logos) e sentidos.

Demócrito (460aC.) – A natureza das coisas eternas é feita de pequenas substâncias infinitas, que fogem a nossa percepção. A alma e a mente representam a mesma realidade.

Orfeu (orfismo) – Só Dioniso (Baco, deus do vinho) liberta dos ciclos de reencarnação, e nos purifica para voltar à casa celeste.

Sócrates (470aC.) – Para se aproximar de Deus, deve-se conhecer a si mesmo. Alcança-se a virtude pela inteligência.

Platão (429aC.) – A alma é imortal, e se une ao corpo para se purificar, mas ela se confunde, porque a matéria se transforma e acaba. Na confusão o encarnado erra, se torna impuro, e precisa reencarnar várias vezes para se purificar. Quando desencarnada a alma é levada ao Hades (inferno) pelos gênios (demônios), para ser julgada, para saber se deve encarnar de novo como castigo, ou se está livre. O gênio liga o homem com Deus. A alma encontra a paz quando em contato com a Sabedoria (Sofia), que é sua própria essência, eterna, pura e imortal. A maior felicidade do homem é contemplar Deus. Todo indivíduo é um caos de desejos, emoções e ideias que devem ser harmonizados. A justiça está para a alma, como a saúde está para o corpo. O mal é a desarmonia. Justiça é a força harmoniosa. A moral é que garante o bem geral. Alcança-se a virtude através do saber (logos). A alma é imortal e eterna. Há vida após a morte. O homem é uma alma encarnada. Há reencarnação para a purificação da alma. Deus é Único, mas composto de Deus, Sofia, Logos.

Aristóteles (384aC.) – Analisou e classificou a natureza em grupos e em subgrupos, e hoje é a base da história natural e origem das ciências atuais. Silogismo é reconhecer característica do indivíduo a partir das características do grupo. Ex: O homem é um animal racional. João é um homem, logo João é racional.
Afirmou que Deus é um ser sem corpo, sem divisão, sem espaço, sem paixão, sem alteração, perfeito e eterno. Sobre a criação diz que Deus cria o movimento como um motivo de ações, e do movimento tudo se cria. O homem é uma unidade de alma e corpo, sendo a alma mortal. Sobre a vida. Servir é um sinal de superioridade. A principal condição para a felicidade é a vida em razão. Alcança-se a virtude através da vontade de ser bom. Virtude é a excelência do conhecimento, e só é alcançada com autocontrole e simetria de desejos (o meio termo).
Por exemplo:
1-entre a covardia, coragem e arrojo, preferir a coragem.
2-entre a humildade, modéstia e orgulho, preferir a modéstia.
3-entre casmurro, bom humor e palhaço, preferir o bom humor.
4-entre a indecisão, controle e impulso, preferir o controle.
5-entre a avareza, liberal e extravagância, preferir ser liberal.
6-Entre a indolência, ambição e ganância, preferir a ambição.

Epicuro (341aC.) – Deve-se aproveitar a vida no prazer dos sentidos. Através das virtudes se atinge a felicidade.

Estóicos (340aC.) – A vontade pessoal é inútil em relação a universal, por isto, deve se abster do prazer (material) mesmo que isto traga sofrimento e dor. A derrota é inevitável, e deve ser tratada com indiferença. Contente-se com o que tem. Se o que tem parece insuficiente, então pode ter tudo, parecerá insuficiente, e continuará infeliz. Não é bom ser senhor, nem servo. Não faça as coisas do seu jeito, mas faça-as como têm que ser. A felicidade é o exercício das virtudes (em especial a renuncia).
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O PENSAMENTO MÉDIO
(Idade Média)

Comentário:
Na Idade Média não houve nenhum movimento filosófico relevante na Europa, pois foi um período de reconstrução social. A queda do Império Romano no Ocidente foi o maior acidente social da humanidade em todos os tempos; pois o Império era vasto e bem organizado, e com sua queda as províncias subordinadas ficaram sem apoio, sem direção, e sem lideranças capazes de se reestruturarem. Assim a sociedade voltou a ser tribal. Saiu de um estágio semidesenvolvido para uma situação de total descontrole, falta de leis e ordem. O caus social perdurou até a formação do sentimento nacionalista, cuja consequência foi a formação dos estados (países) europeus. A partir daí passou-se à Idade Moderna.
A igreja foi o único laço de ciências e civilidade que restou do Império Romano, e na Idade Média organizou-se e desenvolveu-se. Ela criou as primeiras escolas para formação de padres (universidades), onde se estudavam as filosofias de Platão e Aristóteles, a Tradição, os Pais da Igreja, sobretudo Santo Agostinho e São Tomás e a Bíblia. O conjunto destas matérias se chamava Escolástica. Começaram as primeiras anotações científicas sobre a natureza, que foram chamadas de História Natural.
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PENSAMENTO MODERNO
(Idade Moderna)
(fonte: Will Durant)
Galileu Galilei (1564) – O objeto do saber deve ser os fenômenos naturais, pois podem ser provados por experiências, e não as coisas de essência espiritual e metafísica.
O Humanismo (Renascentista) divinizava o homem, a autossuficiência e a autonomia intelectual.

Descartes (1596) – O Racionalismo abandona tradição, fé, símbolos e mitos para provar Deus pela razão e pelo método dedutivo.

Francis Bacon (1561) – O Empirismo quer provar Deus por indução, dedução e silogismo. O acaso está para o universo, como a vontade está para o homem. A filosofia é o saber. Ela nos leva primeiro a procurar os bens do espírito, e o resto será dado, ou não se sentirá falta dele. O caminho do raciocínio é um caminho onde só pode passar um de cada vez. Devemos nos tornar crianças desprezando nosso intelecto. O ídolo é como achar que o retrato é a pessoa, é um pensamento e não um ser. Misture cuidadosamente coisas boas e más, e se tem um bom resultado.

Espinosa – Definições: Tudo que existe é de uma única substância, e esta é Deus, então só existe um Deus, e ele é único. Ele cria e procria (mantém) o que criou a cada minuto. Ele é eterno, e está no que existe como procriador, mas o que existe não é eterno, nem é ele. A alma é a vida.
Formas de agir:
1- Falar de maneira compreensível.
2- Fazer o que leva ao objetivo.
3- Gozar só dos prazeres necessários a saúde.
4- Procurar o dinheiro suficiente para viver.
Tipos de conhecimento:
1- de ouvi dizer,
2- de vaga experiência,
3- de dedução imediata, e
4- da percepção direta.
Pensamentos de Espinosa: A natureza de nossa mente é desordenada, e torna a sociedade caótica. Tudo está em Deus, e tudo depende dele, mas nem a mente nem a matéria são Deus, são processos mentais, moleculares e vitais. A decisão da mente, o desejo e a determinação do corpo, são a mesma coisa. O intelecto e a vontade estão relacionados com as ideias, assim como a dureza está relacionada com a rocha. A felicidade é o objetivo da conduta humana, e depende de seu aperfeiçoamento. Quanto mais um homem preserva seu ser e procura o que lhe é útil, maior sua virtude. O esforço para se conhecer é a primeira e única base da virtude. O homem é presunçoso, só reconhece seus grandes feitos, e as más ações dos outros. O ódio se alimenta do sentimento recíproco. O ódio daquele que se sente amado por quem ele odeia, perde a força. Não odiamos quem podemos vencer, pois odiar é reconhecer nossa inferioridade e medo. O homem bom procura o que lhe é útil, nada desejando para os outros que não deseja para si. Ser grande é governar a si e não aos outros. A mente humana não pode ser destruída com o corpo, há uma parte que continua eterna, mas a mente não pode imaginar ou recordar qualquer coisa, exceto enquanto estiver no corpo. As recompensas que Deus dá as nossas virtudes são a felicidade e a liberdade em vida. Percebemos as coisas com nossos sentidos, e de lá extraímos leis permanentes, usando a inteligência.

Voltaire – O Iluminismo diz que a razão exige a matéria, e não a fé, pois com ciência o homem resolve seus problemas. Não estar ocupado (não pensar), e não existir é a mesma coisa. Voltaire não acreditava no livre arbítrio, na imortalidade da alma e na reencarnação.

Russeau – Combateu o materialismo e o iluminismo ateu. Defendeu o Liberalismo, onde o homem é naturalmente bom, e por isto pode realizar seu destino como quer (autossuficiente), mas a civilização (sociedade) é má. Todos os homens são iguais. As leis é uma invenção dos mais fortes para subjugar os demais. A educação faz o homem ficar esperto, mas não bom. O instinto e o sentimento são mais confiáveis que a razão, por isso deve-se usar mais o coração e as afeições, que o intelecto.

Kant – Analisava as questões, pelo processo da antinomia (contradição), ou seja, havia duas proposições contrárias: tese e antítese. Afirmava que problema da humanidade é fazer o social prevalecer sobre o pessoal (base para o positivismo). Moral é o exercício voluntário da virtude, mas a prática da virtude só vale se a alma for imortal. Imortalidade no positivismo é sobreviver na lembrança dos outros.

Hegel – As relações são do tipo opostos. Ex. bem e mal. Qualquer afirmação tem uma negação. Os sentidos e sentimentos têm dois lados que se opõe e se completam. A crítica distingue os dois lados, e escolhe o que lhe convém de acordo com o meio ambiente, momento e objetivo. Toda situação tem contradição, e a solução está numa posição intermediária entre as duas.

Schopenhauer – A vontade é característica da mente, e está associada ao coração e não ao cérebro. Todos os homens de todos os tempos formam um só homem eterno. O tempo é a ilusão que esconde a unidade das coisas. O homem é o ser inalterável que está diante de nós com os mesmos problemas e situações. Quanto se muda, mais continua o mesmo. O sábio sempre diz as mesmas coisas, e o tolo sempre faz o contrário, e assim continuará a ser. A vida oscila entre a dor e o tédio. O jovem acha prazer na vontade e na luta, pois não descobriu que o desejo é insaciável, e que a realização infrutífera e a derrota são inevitáveis. É perigoso ler um assunto antes de pensar nele, pois quando lemos o autor pensa por nós, e nos domina. A vontade vem da percepção, prevalece no início, mas o intelecto tem que dominá-la. A felicidade vem do controle da vontade. O gênio é o portador do conhecimento sem influência da vontade. A arte auxilia a contemplação da verdade (distração do ser) sem influência da vontade. A religião ajuda a contemplar o eterno sem influência da vontade. O cristianismo se baseia em que pecado é a afirmação da vontade, e a salvação é a negação dela.

Augusto Comte – Há três modos de observar a natureza: o teológico, o metafísico e o positivo (Positivismo). O modo positivo procura a causa da causa de um evento em cadeia até se esgotar, chegando ao princípio das coisas que é Deus. Como não se acha a causa de Deus, chega-se a um impasse, e dá-se o assunto por encerrado.
Comte afirmava: Os homens são essencialmente egoístas, trocam o mal pelo bem, se lhe for útil. Faça o bem ao próximo por amor, mesmo recebendo a ingratidão. Comte concordava com Kant, e dizia que o maior problema do homem é fazer o social vencer o individual, porque a sociabilidade é a solução para o problema humano.

Nietzsche - Os homens não são iguais, e os fracos usam a moralidade para deter os fortes. O poder é a virtude suprema e o desejo do homem. O homem usa a inteligência em vez de altruísmo, e a força em vez de bondade.
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PENSAMENTO CONTEMPORÂNEO
(Idade Contemporânea)
(fonte: Will Durant)

Bergson – A mente é matéria, pois surge nos neurônios. É como um rio onde a correnteza (o pensamento) depende do leito (cérebro). A duração do tempo é o processo contínuo do passado ao futuro. O passado inteiro quando vem ao presente, e fica real e atuante. A memória é que distingue o tempo. A consciência depende do poder de escolha. A escolha é criação, e criação é o trabalho. A criação é opressiva e exige muito esforço. Ser livre é saber o que está fazendo. A mente é composta por elementos físicos químicos, definidos a cada instante, como os quadros da fita de cinema, que quando em movimento apresenta a estória. E ela guarda as imagens de tudo, quadro a quadro. Também como uma curva que é composta pelos pontos de tangência com retas de direção diferentes. A estas retas, Bergson chama de ‘vitalidade’. A consciência é em princípio, inerente a vida. Deus é o mesmo que vida, mas ele é finito, não onipotente e não onisciente.

Meu comentário – Vou aproveitar para comparar da filosofia de Bergson com a religião, pois ele foi o primeiro filósofo que descreve a ação do espírito na formação do pensamento, mas não tem consciência deste paralelo. Assim, o pensamento é a curva resultante. A tangente é o espírito. E a alma é o ponto de tangência, onde o pensamento e o espírito se fundem, criando, mantendo e procriando a vida. Sem querer, Bergson prova a afirmação bíblica, que a alma resulta da união do corpo com o espírito. E o que ele chama de ‘vitalidade’ pode ser o Espírito Santo, que quer que o pensamento seja perfeito, ou seja, que o pensamento seja reto como ele. O erro é causado pela má interpretação das sensações, que não permite que o pensamento seja perfeito como o Espírito perfeito quer. Graficamente, seria assim.



Santayana – A fé e o mito. A filosofia quer achar um meio do homem ser virtuoso, sem auxílio da fé, sem os estímulos de esperança, e sem o temor sobrenatural.

Willian James – Os homens são idealistas ou realistas. Os idealistas são otimistas e teístas. Os realistas são pessimistas e cépticos. O politeísmo é a religião das pessoas comuns, até nos dias de hoje.
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O PENSAMENTO ETERNO
(atemporal)

O pensamento eterno é pensar em Deus. Descobrir que vida, bem, liberdade, paz, amor, verdade, justiça vêm de Deus, e que o homem não entende estes dons como não entende Deus. O homem nasce sabendo destes dons. Eles são provas de que é filho de Deus. Ninguém precisa aprendê-los, mas precisa descobri-los, e para isso é só escolher o bem. O homem nasce religioso, mas também precisa descobrir isto. Quando se descobre religioso, percebe que religião é ciência, e que o homem ciente é livre para escolher, pois a verdade liberta. Livre se associa em grupos com um mesmo ideal. Para realizar os ideais estes grupos agem de forma política.
Assim é a hierarquia do conhecimento: religião, ciência e política, cujos objetivos são respectivamente: sabedoria, conhecimento e poder.
O homem conhece o pensamento 'positivo' e o 'negativo', mas precisa sair do dualismo, e conhecer o pensamento de Deus.

Pensamento final.
A religião monoteísta ensina a diferença entre o bem e o mal. A ciência acadêmica pode ser usada para o bem ou para o mal. A política realiza a ciência. A verdadeira ciência se subordina à religião para fazer o bem. A verdadeira política se subordina à ciência e à religião para fazer o bem comum. Mesmo assim a solução do problema de hoje, causará o problema de amanhã, isto é o progresso segundo o homem. Mas com Sabedoria pode se resolver as questões sem deixar consequências negativas, pois a Sabedoria é o conhecimento do bem, que vem do temor a Deus através da fé.
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RELIGIÃO PARA FILÓSOFOS

Os filósofos modernos são avessos à religião, não sei por que, já que a filosofia quer explicar as coisas e a vida, mas a vida é sobrenatural e está no campo da religião. Não aceitam os dogmas nem o misticismo das igrejas, mas os filósofos são grandes criadores de dogmas, alguns deles espetaculares, de causar inveja às igrejas mais místicas. É bom que saibam que parte dos dogmas das religiões (Cristãs) vem de Platão. Assim sendo seria melhor que as igrejas fugissem da filosofia, e buscarem seus dogmas na Bíblia.

Questões ambíguas.
As afirmativas abaixo pertencem à religião, mas também é filosofia, só dependem do vocabulário empregado.

1- O procedimento do homem é mau, pois vive na fantasia, e na ilusão das coisas materiais. Engana-se constantemente.
2- A alma é o próprio ser pensante.
3- A criação é resultante da fusão de ciência e ação. A realidade é o movimento das coisas. O tempo é a duração da realidade.
4- A origem contém toda ciência em ação permanente.
5- A ação atua em todo lugar, tudo conhece, e se move conforme o conhecimento (leis) quer.
6- Toda vez que se descobre algo novo significa que aquilo que se conhecia estava incompleto, e logo se opta pela nova forma.
7- Ao adquirir um conhecimento novo, abandona-se o velho, e se passa a agir conforme o novo conhecimento.
8- À medida que se aprende se ganha conhecimento, muda as atitudes, torna-se mais seguro daquilo que se conhece, adquire-se mais certeza, e o limite é a paz.
9- Na natureza, tudo nasce, cresce, morre se decompõe e volta ao solo. Assim é o homem, quando morre, sua alma morre, seu corpo se decompõe, e seu espírito não é matéria.
10- Quando se descobre uma verdade, adquire-se conhecimento. A segurança que acha nela, e o apego com que a defende, revela a fé que tem na verdade, e a crença no conhecimento.
11- Às vezes se tem a impressão que se sabia do ensinamento ministrado pela primeira vez.
12- O espírito pertence ao campo metafísico, não é material, não tem forma, nem nada, e para ele não há obstáculos. É apenas movimento, um ‘sopro’ que passa.
13- O homem quer conhecer as coisas que estão ao seu redor, sua origem e formação, para utilizar este conhecimento para a paz, mas o inteligente não se limita às coisas.

Os enunciados acima definem os seguintes conceitos religiosos:

                      1-definição de pecado, mal e demônio.
                      2-definição de alma
                      3-definição da criação
                      4-definição de Deus e monoteísmo
                      5-definição de Espírito de Deus e monoteísmo
                      6-definição de conversão
                      7-definição de serviço, servo e Senhor.
                      8-definição de Salvação, livre arbítrio, renúncia, e vida eterna.
                      9-demonstração da mortalidade da alma
                     10-definição de Fé, ovelha e pastor.
                     11-definição de revelação
                     12-definição de Espírito
                     13-demonstração de que o homem necessita de Deus.




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