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03 novembro 2011

cap 8: Espírito e Alma

A ALMA

Síntese: Toda a criação tem vida que é a combinação de matéria e espírito, e no homem ela se chama alma.

Comentário 1:
       Esta é a fórmula da criação do homem (Gn2,7). ‘Deus fez o homem do barro, soprou-lhe as narinas, e este se tornou uma alma vivente’. Assim, corpo mais sopro (espírito) criam a alma vivente. O homem é uma alma, constituída de corpo animado pelo espírito. A vida é a alma, e no homem a vida se manifesta como poder pensar e ter consciência. Matéria e espírito são opostos, e não se misturam, mas Deus os faz reagir, criando a vida.
       Redefinindo.
       A alma é a pessoa viva com corpo, personalidade, sentimento e pensamento. O corpo é a matéria. O espírito é o sopro divino que dá a vida, e anima a matéria. O corpo sem o espírito está morto, se decompõe. Com a sustentação do espírito (onipresença de Deus) a matéria se mantém viva, e não se decompõe. A alma do homem é a sua mente, personalidade, pensamento, intelecto, inteligência, ideia, criação, lógica, sentimento, emoção; estes formam a psique e são de natureza material ou psíquica, porque são processos do cérebro.
       A alma é a pessoa, o corpo é a matéria, e o espírito é quem comanda, dá movimento e vida ao corpo. Os antigos associavam o espírito à respiração e fôlego, pois ela prova que a pessoa vive, e que o espírito está sustentando.

Comentário 2:
A alma precisa de Deus.
       O homem quer paz, felicidade, verdade, justiça, saúde, vida, liberdade, democracia, entre outros ideais. Mas estas coisas não pertencem à realidade, e o homem não consegue atingi-las, ficando incompleto, e querendo-as. Estes ideais são eternos, transcendentes. Deus fez isto para mostrar que o homem depende do eterno para se realizar, para provar que Ele existe, e que o homem precisa dele.
       Deus criou o homem livre para pensar. Como pensa, quer conhecer a verdade, e assim conhecerá Deus. Ele nasce sem saber nada só tem instintos. O que ele aprende durante a vida fica na consciência. Quando adulto, a ignorância (do que ainda não aprendeu) traz a insegurança, medo e curiosidade. Isto o faz o homem procurar a verdade, porque só ela satisfaz a consciência, mas ele aceita experimentar coisas novas que trazem escravidão e insatisfação. Então ele precisa experimentar Deus, porque só Deus faz conhecê-la. A verdade traz conhecimento e confiança, que trazem segurança, satisfação e liberdade, que trazem paz, alegria e completa o ser.

Comentário 3:
A vontade muda a alma.
       A vontade age na alma, cria vícios e doenças psicológicas, por isso deve ser controlada. O homem é livre, e pode por sua vontade modificar sua alma, mudando de crenças e deuses. Escolha o Deus da verdade e da vida. Molde o comportamento aos princípios morais e éticos, pois ‘más companhias corrompem bons costumes’. Procure conhecer coisas boas, e deixar os maus costumes. Lembro que foi a vontade que levou Adão a desobedecer e encontrar o mal, e mudou sua alma de boa para má, mas sua missão era explorar e conhecer o paraíso que é todo bem. Jesus ao contrário de Adão obedeceu, reencontrou o bem para toda a humanidade, e agora sua missão é guiar todos por este caminho.

Comentário 4:
A alma, o espírito e o corpo.
       A alma tem a capacidade de materializar espíritos. Os espíritos (de Deus ou do mundo) criam sentimentos na alma, e a vontade os realiza tornando-os físico, como uma bênção, uma cura ou um mal, dependendo da escolha de cada um.

Comentário 5:
A alma (eu) precisa de Deus, novamente.
       O homem quer felicidade e realização, e as procura no trabalho, esporte, diversão, bens, dinheiro, poder, sexo, drogas, etc, mas ele só as encontrará em Deus, porque o homem foi feito para amar a Deus. E só através da Santidade se alcança a plenitude do ser, como diz o Salmo 23:
'Javé é meu pastor (me completa), e de nada sinto falta. Coloca-me diante do inimigo (a realidade), enche meu copo, e ele transborda (de bênçãos), então sinto gozo de paz e liberdade plena. Mas só fico com o Senhor por poucos dias'.
       Infelizmente a realidade (inimiga) traz o homem de volta, e ele precisa procurar Deus, de novo. Os antigos achavam que o ‘vai e volta’ a Deus, poderia ser interrompido com a morte, quando se estaria de vez com o Senhor nos céus. Mas não é assim. O primeiro mandamento diz que se deve estar em consciência com o Senhor todo tempo. É difícil, necessita de muitas renúncias, mas é o que diz o mandamento. Entretanto a volta à realidade revela à consciência que quando se está com o Senhor, se completa,

Comentário 6:
Imortalidade da alma:
       A liberdade, verdade, paz, felicidade, Justiça, bem, amor, alegria e vida, entre outros, são conceitos eternos que o homem sente e experimenta, mas não os alcança por completo. Porque eles estão fora da realidade, estão no campo metafísico, ou seja, vêm de Deus, que também é um conceito de espírito eterno e inatingível. Deus assim fez para mostrar que o homem é finito e incompleto (pecador). Se estes valores estivessem ao alcance do homem, ele os dominaria, e seria um deus imortal. Mas como não estão, eles provam que a alma do homem é finita. Por isso o homem deve viver no espírito do bem (Espírito Santo) na esperança de alcançar todos estes dons em vida, e não se deve viver na esperança de uma vida após a morte onde nada se alcança.

Comentário 7:
Vida e Alma
        Vida e alma são palavras sinônimas, representam a mesma coisa. A alma apresenta variações de acordo com os espíritos que agem nela, e formam ‘vidas’. Tem um ditado popular que diz: “De médico e de louco todo mundo tem um pouco”; os filmes “O médico e o monstro” e “O incrível Hulk”. Isso representa a alma humana e suas variações de médico (bom) a louco (mau), e entre os dois há milhares de possibilidades.
         Pela religião, o homem deve escolher (mudar para) uma vida melhor, e ele escolhe a que lhe é possível. Deve ser uma escolha consciente e racional. O não religioso, não escolhe sua vida, ele segue aquela que vem, formada pelos pais, por tradição, pela sociedade e moda. Há uma música que diz: “...deixo a vida me levar. Vida Leva-me!”

que quer dizer que a pessoa não tem ciência de sua vida, entre milhares de alternativas de ‘ser’, entre médico e monstro, seja ela o que for. Pessoa assim acha que alma e vida são diferentes, uma é sua alma, outra sua vida. Quando ela aprender que não é isso, as unificará, e terá consciência de si. Aquele que separa vida de alma sente que a vida é a realidade, e a alma é para após a morte. Então segue deuses da vida diária (da realidade). Quem considera uma só coisa sente que vida e alma são agora na eternidade metafísica no homem, e segue o Deus único da vida (eterna). É neste sentido que a vida é eterna, e não porque a alma não morre.


O ESPÍRITO

Síntese: Há algo indescritível (inefável) que traz a vida.

Comentário 1:
       O espírito não pode ser definido, pois ele é o princípio não material das coisas. (Não é vibração, onda, energia, magnetismo, radiação, psíquico, pensamento, matéria sutil, etéreo, aura, nem nada). Toda criação é matéria e realidade. O que ainda não existe, é projeto, que pode passar a existir por ação do espírito, pois ele dá vida, e traz à realidade. O espírito é um portador de ideias, desejos, sonhos, vontades, gostos, projetos, novidades e ideais. Influi no gênio, inspira o humor e a criatividade, e traz a emoção. Ele pode ser comparado à lâmpada do professor Pardal. É uma orientação, uma luz, uma ideia, um clique. Coloca ideias na mente da pessoa dando-lhe assunto para pensar, criar, mover, e agir conforme o espírito. Platão falou das ideias, mas não pensou no lado metafísico delas, por isso não descobriu que o espírito é o portador das ideias. As 'ideias’ de Platão equivalem aos anjos no judaísmo bíblico, os quais são mensagens de Deus, trazidas pelo Espírito de Deus. Na Bíblia as pessoas que recebiam visitas de anjos, se referiam a eles como 'Anjo do Senhor'.
       Além de tudo isso, o espírito faz o homem respirar mantendo a vida (sustentação). Não é o ato mecânico de respirar, mas a vontade. O espírito quer que respire, e respira-se. O espírito faz ‘ser’, traz à existência, dá vida. Algo imaterial, que não se vê, não se sente, e sabe que tem por observação. O espírito dá senso, mas não sente. A alma é que sente. Ele dá movimento, e não se move. A alma é que se move. Dá ciência, e não é ciente. A alma é que tem ciência. Ele existe por si só, como se não existisse. Não depende de matéria para existir. Ele é como um entregador, se não há nada a entregar ele não se manifesta. Ele age sobre a matéria fazendo-a agir ou formar coisas novas. Por isso, sob o ponto de vista material o espírito não existe.
       Antigamente não se conhecia química nem biologia, e se achava que o perfume exalado pelo vinho era seu espírito, que se desprendia, e subia para Deus. Não só do vinho, mas da flor, do incenso, da gordura do holocausto. A alma do homem seria seu perfume, a personalidade que se exalava, e subia aos céus após a morte. Mas hoje se sabe que o cheiro é químico ou bactéria, e não espírito; que a alma não é espírito, mas é a vida da pessoa, e que acaba com a morte.
       Volto a comparar o espírito ao zero, que só, significa nada nem tem sentido, mas dá poder ao algarismo que o precede, e minimiza o que o segue. O espírito faz a matéria ser alguma coisa. Comparando às letras do alfabeto. Se escrevo SILÊNCIO! Quem lê entende, pois as letras transmitiram uma ideia. Nada saiu do papel, nem vibração, nem magnetismo, nem aura, mas saiu o entendimento que se deve fazer silêncio. Como um campo magnético faz surgir uma corrente elétrica num condutor, o espírito faz surgir um pensamento no cérebro. É um processo de indução, e não de emanação.
       Há muitos espíritos, mas só um é autêntico, substância primária, que é Deus, sempre constante e perfeito. Há aqueles criados por Deus, que são as virtudes, dons e anjos, que fazem parte do Espírito Santo. Os demais são falsos e enganadores, oriundos do homem. Por exemplo: sentimento transmitido por uma palavra, um livro, da mídia, dos formadores de opinião. Assim pode-se dizer que cada pessoa tem uma composição de espíritos que modelam sua personalidade (gênio ou alma).

Comentário 2:
O espírito é impessoal.
       A palavra espírito é mal compreendida. Dizem que o espírito é como uma cópia transparente da pessoa, e não é assim. O espírito não se parece com nada, e não é de ninguém. Ele é como o dinheiro, é de quem o tem naquele momento. Assemelha-se a um personagem de ficção, onde o ator recebe as informações de como proceder, e passa a ser o personagem. Como o mundo virtual da internet, onde ninguém sabe com quem se relaciona. Qualquer espírito pode movimentar o raciocínio do homem formando ideias. E o espírito é ‘o mistério da vida’. Faça um exercício. Concentre-se, e olhe para seu interior. Descubra-se. Você tem corpo e tem ciência (alma), porque pensa. E o que garante que você tem espírito? A melhor explicação está na Bíblia. A princípio achei razoável, mas depois se tornou evidente. O que faz pensar? O que faz ter ideias? O que dá assuntos? O que leva a ser ciente? Os animais e as plantas não são cientes, porque não pensam como o homem, já o homem pensa porque algum espírito o faz pensar. Aí entendi a explicação bíblica de que o homem foi feito de barro, sem vida, Deus soprou-lhe (seu Espírito) nas narinas, e ele se tornou um ser vivente.

Comentário 3:
A sustentação da criação.
       Fala-se em espírito, mas não se sabe o que é. Sei o que ele não é. Não é material, nem sensível, etéreo, energia, ondas, psíquico, pensamento, sentimento, pois tudo isso é matéria. O espírito faz surgir estas coisas. Ele não faz parte do corpo, e não está ligado à pessoa ou à matéria, conforme crença popular. Quando se diz o espírito da pessoa, se refere à ação de espíritos na pessoa. Eles formam seu gênio, sua filosofia de vida, linha de pensamento, ideais, comportamentos, ideias, e tudo isto não é espírito, mas consequências da ação de vários espíritos na alma.
       Deus cria espíritos à sua semelhança (do bem), e o homem também (do mal). O Espírito de Deus chega à percepção do homem, no momento agora, para fazer duas tarefas: a sustentação e dar boas ideias. O homem sem a sustentação do Espírito de Deus não respira, não tem vida e morre. Quanto às boas ideias, normalmente o homem rejeita a boa ação, prefere a orientação dos espíritos do mundo (maus). Os espíritos do mundo são criados pelos homens, e ficam no ar para dar ideias a quem os escolherem. Assim se forma o comportamento e se dá a criação humana.

Comentário 4:
Tipos de espíritos.
       Só há espírito do bem (o de Deus), e os demais são falsos e do mal. Mesmo assim sob o ponto de vista da realidade pode-se classificar os espíritos em: divino, pessoal e externo.

1- Divino - é o espírito original, único, bom e verdadeiro, que cria e sustenta tudo em gérmen. Ele (Espírito Santo) age na pessoa que deseja ter pensamentos bons e puros. Modela sua personalidade ao bem, e a torna uma pessoa melhor. Ele é origem das boas ações, do bem comum e do amor ao próximo. Só o Espírito Santo pode formar boas ideias, e filtrar ideias vindas de espíritos externos deixando passar apenas as boas. Isto protege a pessoa, e a isola de más influências. Esta filtragem é a salvação, que é ser separado para o bem. Ele dá entendimento, sabedoria, santidade e ciência.

2- Pessoal – é um conjunto de espíritos que agem na pessoa, modela a personalidade ou gênio. Liga os instintos às percepções e sensações, que irão formar pensamentos, vontades, desejos, conceitos e crenças. Também demonstra os sentimentos, e reflete o estado psicológico da pessoa, seu ‘estado de espírito’ no momento. O espírito pessoal é formado por vários espíritos externos. Cada um deles forma um traço da personalidade que passa a ser uma. Eles podem ser repassados a outras pessoas como espírito externo. Isto se percebe na aprendizagem, na capacidade de liderar e na obediência de cada um. A pessoa consegue passar suas ideias (seu espírito) para outras, que as aceitam.

3- Externo - é um espírito vindo de fora. E pode ser pessoal ou corporativo. O pessoal vem de outra pessoa, e o corporativo vem de grupos. Eles formam pensamentos, conceitos, desejos e crenças. Eles são divulgados através da moda, leitura, mídia, propaganda, crença, folclore, tradição, costume e ideologia. O espírito externo age na pessoa, e muda suas ideias, sonhos, comportamento e conceitos. Teologicamente todo espírito externo é enganador, e leva ao erro, é o famoso demônio ou satanás. Estes espíritos possibilitam a comunicação entre as pessoas. As pessoas que aceitam o Espírito Santo se protegem das más influências destes espíritos.

Comentário 5:
A chama
       O fogo é uma reação química entre o combustível e o oxigênio do ar iniciando-se com o calor. Após iniciado o processo se torna contínuo, pois o calor que a chama libera serve para iniciar a queima de mais combustível, até que o combustível termine.
       O que a chama tem a ver com o espírito? Diz-se que o espírito é uma luz (ou treva), por isso vou compará-lo a uma vela. O que é uma vela? É um corpo de cera combustível com um miolo de tecido chamado de pavio. Acendendo-se o pavio ele queima a cera e mantém a chama. Agora vem o ser da questão. Chama-se vela quando está acesa ou apagada? 
       Assim é o homem, como uma vela, quando está apagado está morto, quando está aceso é porque um espírito lhe acendeu e mantém. O espírito dá vida, e faz o homem se mover. Quando o homem foi criado, segundo a Bíblia, Deus o fez de barro, soprou em suas narinas, e ele se tornou um ser vivo. O corpo do homem equivale à vela apagada. O pavio é o cérebro, e a queima é o pensar. A alma é o pavio queimando. O calor que acende a vela seria o espírito que faz a alma queimar. Quando o homem nasce, recebe o Espírito de Deus, mas à medida que cresce, recebe outros espíritos (da mídia, costumes, tradição e educação) que formarão o seu espírito.
       A vela após receber o calor do fósforo, acende-se, e entra num processo contínuo de queima da cera, partícula por partícula, formando micro chamas que formam a chama visível. Tem aparência de uma chama, mas são várias micro chamas que duram segundos, e acabam, até que a vela se consome. Assim é o homem, recebe espíritos de todos os lados, escolhe um, ou faz uma montagem deles formando outro espírito que diz ser seu. O homem também emite estes espíritos para que outros captem (são as opiniões e forma de pensar). A religião ensina que o homem deve procurar então o calor de Deus (seu Espírito, o verdadeiro) para acender a sua chama de vida, para ser luz, pois a chama que não vem de Deus é treva (demônios). Para finalizar, pergunto: A chama faz parte da vela? O espírito faz parte do homem? O espírito é como uma nota de dinheiro é de quem a possui.

Comentário 6:
       Espírito é essência, e não precisa de complemento (ou extensão). Quando se diz espírito de luz, erra-se porque a treva se parece luz para quem a aceita como luz. O homem dá atributos ao espírito para melhorar a comunicação com os outros, mas o espírito não precisa deles. Cada atividade tem seu espírito específico, então o espírito disso ou daquilo não existe, o que existe é a própria atividade. O espírito só a faz existir, e se mover. E o homem confunde a ação com o agente. Por isso, quando se refere ao espírito do bem, do amor, da luz, da paz, da vida, etc, só existe um agente que é tudo isso, Deus, o Espírito Santo, que é eterno. Os espíritos maus só existem na realidade, e são milhares, mas todos provenientes do pensamento do homem (criados pelo homem). Por isso, quando se diz espírito de fulano, erra-se, porque não há espírito de ‘fulano’. Neste caso quer se dizer a alma de fulano, e a alma dá aparência ao fulano. Porque alma é aparência, e precisa de complemento para definir sua aparência.


ESPÍRITO E MATÉRIA

Síntese: Quando matéria e espírito se tocam há criação.

Comentário:
       Matéria e espírito não se combinam, mas Deus os faz combinar para criar.
       Vou comparar o homem ao computador para explicar o que é o corpo, a alma, e ação do espírito. O corpo é o equipamento, a alma os programas, o espírito o operador, e Deus o construtor e programador.

Tabela comparativa, para explicar o que é corpo, alma e espírito, no homem.




O Erro vem da Emoção, ignorância, vontade humana, falta de ética e sentimentalismo.
O Acerto vem da Ética, Espírito Santo, santidade, saber e da vontade do bem.


SER x ESTAR: RELAÇÃO ENTRE AS NATUREZAS HUMANA E DIVINA

Síntese: ‘Ser’ é a Verdade imutável. ‘Estar’ é a realidade, ou a aparência do Ser no momento agora.

Comentário:
       A natureza humana é instintiva, emocional e sentimental, e se caracteriza por ‘estar’. Nela os instintos e sentimentos atuam na inteligência, e formam a vontade, que é a ‘vida’ e a aparência do caráter da pessoa. Esta aparência é múltipla e mutável, e suas variações são como máscaras que mostram o real, e escondem a verdade. A própria pessoa desconhece o que é verdadeiro.
       Para o homem, a natureza divina  representa o ‘Ser’ original, santo e verdadeiro, feito à imagem de Deus. Ela é racional, e só pode ser identificada conscientemente na razão. Para viver a natureza divina precisa querer, e pedir a Deus que seu Espírito atue na inteligência, corrigindo pensamentos e ações. Isto é difícil, e até uma pessoa preparada só consegue poucos momentos assim.

O assunto é extenso, mas o resumi nesta tabela de equivalência entre os sentimentos, e as ciências que os estudam:





MORTALIDADE DA ALMA

Síntese: O homem (a alma) se decompõe quando morre.

Comentário 1:
A alma é a pessoa formada no corpo pelo espírito.

       Para explicar faço estas comparações:
1) No teatro um ator fica ‘possuído’ pelo espírito do personagem, quando assume a alma dele, se transforma nele. Terminada a sessão volta ao próprio espírito, e torna a ser ele mesmo.
2) Há pessoas de dupla personalidade, cada personalidade é uma alma (pessoa) diferente da outra, no mesmo corpo, movidas (inspiradas) por espíritos diferentes que fazem ter comportamentos diferentes.

       A alma é o resultado da união de espírito com matéria. Quando faltar um destes componentes, não há mais união, a alma se desfaz, e deixa de existir. Com a morte a alma se desfaz, e não vai a lugar algum porque deixa de existir. A alma não é espírito, nem espírito é alma. As pessoas, inclusive autoridades religiosas, não sabem diferenciar alma de espírito, e os consideram a mesma coisa. Este conceito vem de crenças pagãs, que são incompatíveis com a Bíblia. A Bíblia diz que Deus fez o homem de barro, lhe soprou as narinas, e ele se tornou uma alma viva. O sopro divino é o Espírito de Deus que age na matéria do corpo, e cria o homem (alma). Alguns pagãos diziam que o homem morria, subia para o céu, e virava uma estrela. Outros diziam que quem morria era o corpo, e a alma do morto passava a ter um corpo sutil, invisível, espiritual até encarnar de novo.
       Na antiguidade bíblica a imortalidade se referia à memória do morto, seu comportamento passaria a servir de exemplo, e ele não seria esquecido. Hoje, por exemplo, esta ideia é usada na Academia Brasileira de Letras, que tem seus imortais. Na Bíblia, Paulo diz que Jesus vive em memória nos Evangelhos. Assim ‘Jesus Cristo que destruiu a morte, suscitou a vida e a imortalidade pelo evangelho’ (2Tm1,10). O livro do Eclesiastes a respeito dos homens, diz: ‘Deus quer prová-los (aos homens) e mostrar-lhes que, são semelhantes aos animais, pois eles têm o mesmo destino, um mesmo fim os espera. A ambos foi dado o mesmo sopro, e a vantagem do homem sobre o animal é nula, porque tudo é vaidade. Todos caminham para um mesmo lugar, todos saem do pó, e para o pó voltam. Quem sabe se o sopro de vida dos homens se eleva para o alto, e dos animais desce para a terra?’ (Ecle3,18-22). O profeta Ezequiel tem uma parábola que fala de ossos secos (Ez37), na qual Javé lhe pergunta: ‘filho do homem, poderiam esses ossos retornar à vida?’ Leia essa parábola, pois ela serve de explicação ao que é vida, morte e ressurreição.

Comentário 2:
Ressurreição.
       Interpretação geral. A ressurreição explicada no livro do Apocalipse diz que todos ressuscitarão para o juízo (aqui na Terra). Os bons vão viver na Nova Jerusalém (na Terra), e os maus no inferno (na Terra, no lago de enxofre, fora da Nova Jerusalém).

       A Bíblia mostra três formas de ressurreição:
1) A ressurreição em vida - que ocorre no batismo e conversão. Então morre o homem velho, e nasce o homem novo, como nas cartas de Paulo (Cl3,9s e Ef2,5s e 4,22s).

2) A imortalidade da memória – A memória (de quem fica e não a alma de quem morre) de alguns não morre devido à saudade que o morto deixa. Veja a parábola da viúva de sete irmãos (Mt22,23s), onde Jesus nega uma vida semelhante à da terra, e afirma que os homens serão como anjos de Deus. Anjos são espíritos (vindos de Deus) e não almas.
       Os intérpretes da Bíblia associaram a palavra memória à alma, pois a memória é parte da alma. Mas a Bíblia se refere à lembrança do morto pelos vivos (amigos, parentes, devotos, fãs), então se trata da memória de quem ficou, e não de quem morreu. É o caso de Jesus (veja Gl2,19s), dos santos católicos, de artistas e ídolos populares. A Igreja Católica diz que os santos são pessoas que morreram, alcançaram a imortalidade e a vida eterna, estão no céu, e intercedem por nós. Só que estes santos não sabem nada disso, não tem consciência, não existem, nem são, pois a lembrança está na memória dos vivos, e é transmitida às gerações, como um mito. E isto é condenado pela Bíblia como idolatria.

3) Vida semelhante à terrena - Como em Ap21, que fala sobre a Nova Jerusalém, e em 1Cor15,52, diz ‘os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados’. Nos dois casos parece falar de uma vida semelhante à terrena, mas se prestar muitíssima atenção, tratam da ressurreição pela imortalidade da memória. Veja Ap21,23 diz: ‘E a cidade não precisa de sol, nem de lua’, e 1Cor15,50 diz: ‘afirmo que nem a carne nem o sangue podem participar do reino de Deus’. Estes dizeres mostram uma vida diferente da biológica (terrena).

Conclusão: Em Mt 22,31 diz: ‘Eu sou o Deus de Abraão, Isaac e Jacó. Ora, ele não é Deus dos mortos, mas dos vivos’. Por isso a ressurreição (pelo espírito e não da alma) e a imortalidade se referem à lembrança que os vivos têm dos mortos, passada de geração a geração. Jesus ressuscitou em espírito, melhor dizendo, o espírito que animava Jesus (Palavra, Verbo, Cristo de Deus) voltou para a direita do pai, e vem para nós em espírito (como Palavra de Deus nas escrituras), para ser adorado em espírito. Por isso não pode se acrescentar ensinamentos às escrituras.

Comentário 3:
Minha opinião sobre a origem da crença na ressurreição.
       Quando os israelitas foram cativos na Babilônia, o profeta Ezequiel (Ez37) teve uma visão com ossos secos espalhados pelo campo, e Deus dizia que ia mandar o sopro da vida entrar neles, e reviveriam. A profecia era um sopro do Espírito de Deus para reanimar os israelitas no cativeiro. Ela equivale ao ensinamento de Paulo, que no batismo e conversão o homem velho morre, e nasce o novo. Provavelmente os escribas Judeus fizeram sincretismo da visão de Ezequiel, com a crença da reencarnação dos babilônicos, criando a ressurreição. Antes do cativeiro não havia partidos entre os judeus. Aqueles que não foram cativos mantiveram a crença original, e passaram a ser o partido dos saduceus, pois seguiam os ensinamentos de Sadoc, sacerdote do Rei Davi, que não ensinava a ressurreição. Os que acreditavam na nova doutrina passaram a se chamar fariseus.


A SABEDORIA E A INTELIGÊNCIA

Síntese: O homem quer ser perfeito. Quando racional procura ser perfeito como seu criador.

Comentário 1:
       O intelecto é o local onde instintos, percepções, sensações do corpo e memória são processadas pela razão, por ação da vontade, formando pensamentos e ideias. Este processo se chama raciocínio. Espíritos externos (cultura, tradição, moda, TV etc) interferem, e fazem processar sem sincronia corrompendo o pensamento perfeito, tornando-o pessoal e imperfeito. Por isto as pessoas têm reações diferentes ao mesmo estímulo. As sensações, não usadas num raciocínio, não são descartadas, e interferem indevidamente nos raciocínios seguintes, gerando erros e neuroses.
       O homem quer ter pensamentos perfeitos, mas os espíritos agem, influem na vontade, agem nos raciocínios, e formam pensamentos imperfeitos. Só um ‘Espírito Perfeito’ pode formar pensamentos perfeitos, aquele que vem do Deus, mas é preciso querer que ele venha em auxílio. Precisa pedir e deixar que ele controle o raciocínio no lugar da nossa vontade. Quem dá a permissão ao espírito é a razão, que primeiro vai analisa-lo de acordo com o deus de cada um. Assim a razão pode aceitar ou não. Na religião a pessoa que se converte, abandona sua vontade para dar lugar à vontade de Deus (só há este tipo de conversão, de outra forma é falsa). Deixa de ser, natural, instintivo e emotivo para ser, racional, santo e virtuoso, isto é, quer fazer o bem por amor, sem nada em troca.
       O Espírito Santo (do bem) ativa neurônios, e cria uma rede deles para filtrar e processar o pensamento, conforme a santidade (sabedoria de Deus). Esta rede produz um pensamento objetivo para o bem, puro, iluminado e claro, que atende às virtudes. Quando o Espírito Santo participa efetivamente nos pensamentos, há melhoria. Sem este Espírito há degeneração, porque pensamentos imperfeitos geram injustiça e desamor. O homem sofre influência de espíritos externos (como costumes, educação e mídia), que geram justiça e amor do mundo, que na verdade é injustiça e desamor. A injustiça gera a sede de justiça, que gera vingança e violência. O desamor gera desejo de domínio, autossuficiência e autoritarismo, provoca desequilíbrio psicológico no indivíduo, e desequilíbrio social no grupo.

Comentário 2:
As virtudes e os vícios.
       O homem foi criado por Deus, que lhe deu a liberdade de escolher entre o bem e o mal, a vida e a morte. Deus quer que se escolha o bem. As atitudes que levam ao bem e a justiça são as virtudes, e as que levam ao desrespeito e ao mal são os vícios. Como isto são convenções, o cérebro não sabe distinguir uma das outras. Quem tem que fazer a escolha é a pessoa, e faz através da razão com ajuda do espírito que a domina. O homem deve estar atento, pois há muitos espíritos no ar, todos maus, e fazem a pessoa fiel a eles achar-se boa. Só o espírito de Deus faz tudo perfeito.
       A criança nasce apenas com instintos, sem nenhuma outra informação. Os pais educam, ensinam os costumes e tradições, entre eles algumas virtudes. A sociedade também participa da educação, e há muitos espíritos (a mídia, a moda, internet, escola) para ensinar vícios às crianças, inclusive a igreja e a própria família. Quando a criança aceita o vício e o exercita, mesmo por poucas vezes, o cérebro aprende, e o vício se instala, e será difícil corrigir mais tarde. É como andar de bicicleta, dirigir um carro, em pouco tempo se aprende, e nunca mais se esquece, mesmo que não pratique.
       Por isso pais, por isso filhos escolham coisas boas, porque estas escolhas decidem sua vida. É comum o jovem seguir a moda imposta pela TV ou pelo mundo artístico. Estes agentes fazem apologia ao mal, às drogas, à confusão, à vida de aparências. Levam a um resultado não desejado sempre tarde para evitar. É o caso das drogas, ninguém quer ser drogado, nem o próprio, só que não dizem que ele pode se viciar.


PROCESSO DE PENSAR

Síntese: O corpo é matéria (potência), o espírito é ação (cinética), e a alma é vida (dinâmica).

Comentário 1:
O sangue oxigena o cérebro, e deixa-o preparado para gerenciar o corpo, pensar, memorizar, e comandar. E isto se processa assim:

1- A alma contém os sentidos (físicos), a percepção (espiritual), os instintos, a inteligência, a memória, o intelecto (mecanismo de pensar ou consciência).
2- A inteligência contém a razão e o pensamento.
3- A razão é o local de contato com os espíritos. Quando o homem nasce sua razão é pura, e contém o Espírito Santo, mas quando cresce é educado e influenciado segundo os costumes. Isto contamina sua razão, que deixa de ser pura e verdadeira.
4- A memória contém o conhecimento (adquirido), a personalidade e os valores (humano, moral e espiritual).
5- A inteligência é a semelhança com Deus, por isso o homem é um deus, que possui conhecimento e sabedoria, mas ele precisa de Deus (o Espírito Perfeito) para escolher o bem verdadeiro, pois o bem do homem é falso, e o faz adversário de Deus.
6- O conhecimento adquirido, sob o controle da razão e ação de um espírito qualquer, é a verdade e a ciência pessoal.
7- O conhecimento verdadeiro é a verdade absoluta, e só pode ser adquirido sob ação do Espírito Santo.
8- O conhecimento, a personalidade e os valores são usados para formar pensamentos pela razão, que pode alterá-los.
9- O pensamento é formado no intelecto pelas sensações (novas e velhas) dos sentidos, percepção e instintos, pela ação de um espírito (pessoal, externo ou Perfeito), sob o controle da razão.
10- O intelecto é como uma sala de visitas, onde as sensações são atendidas imediatamente, e se tornam consciência. Ele está atendendo a uma sensação, se chegar outra, ele abandona a primeira, e passa a dar prioridade à segunda, mesmo que não tenha resolvido a primeira, que é lançada na memória para aguardar, e ser resolvida mais tarde. O intelecto é o ‘agora’ da vida ou é o próprio viver.
11- O intelecto recebe as sensações. Se a pessoa for emocional, a recepção no intelecto será pela emoção. Se for pessoa racional, será pela razão. Se for pessoa indecisa, não haverá ninguém para receber as sensações no intelecto, e elas não se processam.
12- A vontade é um pensamento comum no grupo social, porque é dado pelo deus do grupo.
13- O controle da execução do pensamento, pela razão, realimenta os sentidos, os instintos e indiretamente os espíritos externos.
14- Os instintos são códigos naturais lidos pela razão na inteligência, e contêm as ‘condições mínimas’ de Deus para a espécie, para o indivíduo e sua descendência.
15- Os cinco sentidos captam sensações físicas, e a percepção as espirituais. Os instintos sob a ação do espírito formam as ideias e pensamentos.
16- A percepção capta sinal espiritual, e forma pensamentos abstratos ditos metafísicos ou ‘sexto sentido’.
17- A Justiça - Se a vontade passa os limites dos instintos o pensamento fica desequilibrado. O excesso é comparado aos valores, pela razão, e pode ser desprezado, restabelecendo o equilíbrio. Se a razão relaxa por muito tempo, o desequilíbrio permanece, e altera a personalidade.

Comentário 2:
Raciocínio e ação.
       Vou comparar o homem ao computador, de novo, para explicar o processo de pensar. O cérebro é composto de células neurônios. O pensar é a transmissão de energia entre os neurônios, com o objetivo de comandar glândulas, que fazem as proteínas de acordo com as ligações dos neurônios. Estas entram no sangue, e ativam os órgãos para se obter o resultado desejado. Isto é uma visão material da mecânica do processo. Falta saber que:
1- Quem define os neurônios que participarão no processo do pensamento é um espírito.
2- Os neurônios devem ligar-se de acordo com este espírito e a personalidade da pessoa.
3- Estes pensamentos formam ‘máscaras’, que foram definidas pelo espírito agente. O intelecto faz a triagem do pensamento consultando a memória, pois nela estão os históricos, conceitos e programas (que é a vida da pessoa).
       O corpo é o hardware, a alma (personalidade) é o software, o espírito é o operador da alma, que pode impor mudanças na alma. Deus é o criador e programador original, e quando autorizado pela pessoa seu Espírito passa a ser o operador, e recupera as condições originais.
       O materialista diz que tudo é aleatório, e não aceita software, operador ou criador. Mas, materialmente falando, o micro processador de um computador, é um componente onde passa uma corrente elétrica intermitente e variada. E pronto! Mas a corrente não é aleatória, é um código (como o código Morse) de dados para serem processados. Não é nada aleatório como pensa o materialista. Ninguém vê, mede ou sente os dados no processador, no entanto é uma inteligência codificada (software) que se processa. O mesmo ocorre no cérebro, onde as descargas entre neurônios é um código que age, e o corpo reage conforme este código. E só a pessoa sente, e compreende o resultado.

Comentário 3:
A comunicação: pensar, falar, escrever e entender.
       O que diferencia o homem do animal é a inteligência. Na pré-história o homem era extrativista como um animal, pois esta atividade só exige instinto. Usou a inteligência e criou artifícios para facilitar sua vida, evoluiu, e passou para atividades de subsistência. Construiu casa, plantou alimentos e criou animais. Os passos seguintes foram desenvolver o pensamento, a fala, depois a escrita. A partir da escrita acabou a pré-história, se iniciou a história, e começou a fase da comunicação e do conhecimento.
       Foi um processo demorado. Pensar parece fácil, mas falar o que pensa é difícil, e mesmo hoje, ninguém consegue falar exatamente o que pensa. O mesmo ocorre ao escrever. Por fim, há uma diferença entre o que se pensa, o que se fala, e o que se escreve. Bem como entre o que se lê, o que se ouve, o que se aprende, e o que se memoriza. Por isso para uma boa comunicação o entendimento é essencial, e o entendimento está ligado direto ao espírito operador (ou deus).

Comentário 4:
A inteligência artificial.
       Hoje se fala em inteligência artificial, mas de fato ela não seria resultado do pensar da máquina, ela é a transferência do raciocínio do homem para que a máquina processe. A verdadeira inteligência só será construída depois que se desvendar a inteligência humana, copiar o projeto, funções, atributos e relacionamentos. O que me parece estar longe de ser alcançado, porque o homem faz questão de não aceitar projeto e criação, e prefere o ‘por acaso’. Mas o por acaso do homem é o agora de Deus, quando ele revela o que há de ser. Acredito que a ligação com Deus ajuda a entender a criação, e a descobrir coisas encobertas. A ciência do homem foi descoberta ao acaso (do homem, mas não a de Deus, a verdadeira), e desenvolvida de forma intuitiva e empírica. No pensamento religioso, as descobertas são um sinal de Deus, que ‘mostra’ ao homem o que deve ser, na hora certa. É muito mais fácil e prático.

Comentário 5:
Sentimentos e emoções.
       A luz ao atravessar o prisma de cristal, refrata e se divide em cores primárias. Da mesma forma a luz de Deus (Espírito, razão) ao penetrar nosso cérebro passa pelos neurônios, e se divide em virtudes, que se divide em sentimentos, que se divide em vontades e emoções. Na divisão a luz original e o entendimento se tornam impuros devido à vontade e à emoção. Cada pessoa tem uma reação diferente às coisas que lhe cercam, porque as ligações dos neurônios são formadas desde a infância por influência da educação socioeconômica, cultural e religiosa.


O INDIVIDUO, A RELIGIÃO E A IGREJA

Síntese: Várias pessoas reunidas sob a ação do mesmo espírito (mesmos pensamentos e interesses) formam o corpo deste espírito.

Comentário:
       O homem é uma alma animada por um espírito, que lhe dá ideias e vontades. Várias pessoas sob a ação de um só espírito qualquer, formam uma assembleia, um clube, o ‘corpo’ deste espírito. Exemplo: Clubes, associações, empresas e igrejas.
       Todas as coisas, do elétron ao homem, são animadas (têm vida) pelo Espírito de Deus, e formam uma unidade que poderia se chamar de ‘corpo de Deus’, porque são imagem e frutos das ideias de Deus. Dizer corpo de Deus é apenas uma alegoria, e não uma verdade divina, porque Deus é eterno, ele não muda, não tem corpo, nem matéria, ele está fora do ambiente material, mas manda seu Espírito acompanhar, recriar e manter tudo. Então não se pode confundir a criatura corpo de Deus, com o próprio Deus incorpóreo. Também se pode dizer que as criaturas são ‘filhos de Deus’. A criação não é Deus, mas as ideias de Deus, condicionadas às respectivas ciências.
       No caso específico dos cristãos, esta assembleia é chamada de Igreja, e o conjunto dos indivíduos sob a ação do Espírito Santo é chamado de ‘corpo de Cristo’. A unidade da assembleia se dá pela ação do mesmo espírito, por um modo de pensar comum, ou comunhão. Na igreja há vários membros e várias funções, mas um só espírito, o de Cristo.
           Muitas pessoas criticam a diversidade de igrejas que existem (denominações), mas a igreja tem diversas funções, e é necessário diversas expressões. Paulo compara a Igreja ao corpo humano. Então se comparamos as diversas denominações ao corpo humano, teremos: A cabeça é Cristo, as mãos e os pés são as denominações mais afastadas da cabeça, com teologia duvidosa, que chegam às pessoas também mais afastadas, e esta linguagem e crença são entendidas, e aceitas por eles. Assim têm chance de aprender algo, e crescer no entendimento verdadeiro.


HERMENÊUTICA

Síntese: O significado correto da palavra é o espírito da palavra.

Comentário 1:
A capacidade humana.
       O significado da palavra é o espírito dela, mas cada pessoa interpreta esta palavra de acordo com o seu espírito dominante. Isto gera diversas opiniões, e tornam as interpretações parciais. Mas o entendimento e o conhecimento corretos devem ser segundo o espírito da palavra.

Por exemplo: No estudo da criação das coisas há vários grupos que usam linguagens diferentes para expressar a mesma coisa, e até parece que falam de coisas diferentes. Por isso fiz este resumo dos significados da palavra ‘criação’ da vida.




Comentário 2:
Convergência.
No vocabulário popular, às vezes, palavras não sinônimas convergem, e se tornam sinônimas.
Por exemplo.
As seguintes palavras são sinônimas por convergência da linguagem:
             1- lei, moral, conhecimento, logos, verbo, crença, teoria e ciências.
             2- justiça, ética, sabedoria, sofia, ação, prática e dever.
             3- graça, direito, benesse e favor.
             4- natural, natureza, criação, matéria, física.
             5- sobrenatural, metafísica, espiritual.
             6- o natural pode ser: normal, anormal (quase normal) e paranormal (mais que normal).

Comentário 3:
Divergência.
Ao contrário. Palavras de sentido complexo são usadas de forma simples, e distorcem seu sentido.
Por exemplo:
As palavras abaixo não podem ser sinônimas, pois há divergência da linguagem:

1- Alegria é soltar-se, sorrir e gargalhar. Não, alegria é sentir-se bem, até nos momentos difíceis. É estar feliz e de bem até nas horas difíceis.
2- Justiça é vingança, castigo e correção. Não, justiça é o dever de seguir as regras.
     A pessoa justa com a lei é aquela que segue a lei.
3- Paixão é bom. Não, paixão cega e faz sofrer.
4- Amor é sexo. Não, amor é afeição, convivência, entrega, paciência, perdão.
5- Religião é se ligar a uma igreja.
     Não, religião é se ligar a Deus em louvor e oração, e ter atitudes para o bem comum.
6- Dogmas são ensinamentos bíblicos. Não, dogmas são interpretações das igrejas.
7- Bondade é se doar aos outros.
     Não, bondade é boa índole, fazer o bem. Pode-se doar ao outro lhe causando um mal.
8- Felicidade é o que há de melhor. Não, a paz é o máximo.
9- Paz é quando não há conflitos.
     Paz é se sentir seguro, consciente de fazer o bem até nos momentos de conflito.
10- Viver bem é ter tudo o que quer. Viver bem é viver em harmonia com tudo e todos.
11- Salvação é ir para o céu. Não, salvação é viver em justiça e paz aqui na terra.
12- Avareza é apego ao dinheiro.
     Não só ao dinheiro, mas ter apego a tudo. A maior avareza é não ensinar o que sabe.
13- Miséria é pobreza material. Não, miséria é pobreza moral, sofrimento.
      A maior miséria é não praticar o ensinamento que lhe é dado.
14- Ignorante é uma pessoa rude, grosseira.
      Ignorante é a pessoa que não aceita aprender, mesmo que não seja rude.
15- Riqueza é ter luxo. Não, riqueza é ter posses.
      Muitos têm luxo, se acham ricos, mas são pobres, pois luxo é aparência.
16- Os simples e humildes são pessoas pobres e inferiores.
     Não, simplicidade e humildade é viver sem luxo, por opção.
17- Trevas são escuridão e ignorância, principalmente ignorância.
18- Superstição é feitiçaria.
     Não, superstição é a crença emotiva e ineficaz ligada ao medo e à ignorância.
19- Espírito é a alma da pessoa. Não, espírito é uma coisa, alma é outra.
     O espírito molda o jeito da pessoa (sua alma).
20- Espiritual é outra dimensão (física).
     Espiritual não é dimensão, é comportamento e atitude. Dimensão física é material.
21- Espiritual é romântico. Não. Sentimentos, romances e sensações é materialismo.
      O espírito molda (ensina) estas atitudes.
22- Eterno e eternidade é o agora que não acaba.
23- Viver é estar vivo.
       Não, estar vivo é existir. Viver é ser do bem ou do mal enquanto vivo.
      Viver bem é viver para o bem.
24- Idolatrar é adorar outros deuses. Não, idolatrar é ter ídolos, ou seja,
       amar pelo que vê não pelo que é. E adorar é respeitar (temer) e amar.
25- Sábio é o astuto e esperto.
      Não, sábio é quem sabe, por isso é prudente. Sabido é que é astuto e trapaceiro.
26- Deus está sentado num trono sobre as nuvens.
     Não, Deus não é homem, nem se senta. Ele é espírito, e inspira virtudes (santidade e bem comum).
27- Religião é crença. Não, religião é o meio de se comunicar com os deuses.
        Crença é crer nestes deuses. A Bíblia ensina religião, e a igreja ensina crenças.
28- Ciência são ciências acadêmicas.
      Não, ciência é estar ciente (saber), mas não quer dizer que o que se sabe é verdade.
29- Liberdade é fazer o que quer.
     Não, liberdade é a capacidade para escolher o que quer.

Comentário 4:
Dependência das palavras.
As palavras têm sinônimos, antônimos e dependentes. Há palavras que dependem de outra com significado maior, e que completa seu sentido.
Segue uma relação de palavras e dependência.

PALAVRA – DEPENDÊNCIA /
conhecer - saber / conhecimento - entendimento / poder - dever / pode ser – deve ser / comunicação - compreensão / falado – sentido / lógica – sabedoria. / filosofia – religião / logos – sofia / Cristo – Esp Santo / lei – justiça / juízo – misericórdia / moral – ética / teoria – prática / desejo – realização / discurso – atitude / ciência – filosofia / humano – divino / exatidão – perfeição / reza – oração / ensino – aprendizagem / bem – melhor / árvore da ciência – árvore da vida

Comentário 5:
O dicionário e o tempo.
       Hoje o dicionário explica as palavras, porém a palavra pode mudar o sentido (com o tempo, por regionalismo ou pelo uso e costume) ocasionando um ‘mal entendido’.

Exemplo de como o tempo pode modificar o sentido da palavra, pelo uso e costume.
A palavra ‘nobre’ designa o que é virtuoso e elevado. Mas na Idade Moderna este conceito se modificou, e passou a ser a classe social dos que se relacionavam com o rei, a nobreza.
O relacionamento dos nobres com o povo era totalmente desprovido de nobreza, pelo contrário, era de tirania e servidão. A nobreza se considerava boa e ética, mas o povo a achava má. O verdadeiro nobre era considerado estúpido pela nobreza. E devido ao uso, a palavra nobre passou a ter dois sentidos diferentes, de virtude e de descendência.

Outro exemplo. Um filósofo escreve vários livros. Com o tempo, amadurece, e muda seus valores, então a opinião dele é a última delas, e as anteriores são anuladas. Mas no meio acadêmico é comum fazer referências a opiniões ultrapassadas do autor.

Comentário 6:
O pré-conceito.
       Uma pessoa passa a vida dedicada a um conhecimento que ama. Um dia descobre que se enganou, muda para um novo saber, e se aperfeiçoa nele. Mas o novo saber pode ser contaminado pelo velho, isto depende da profundidade de sua conversão.

Comentário 7:
Conceitos:
     A vida é o prêmio que Deus dá ao homem para conhecer seu amor (de Deus).
Vida material é viver lutando para realizar os desejos da vontade.
Vida espiritual é viver sentindo o amor de Deus, e gozando suas maravilhas e delícias. O paraíso. A vida eterna.
     Morte é a coroa da vida para quem conheceu as delícias e as maravilhas do amor de Deus. A antecipação do descanso para que o homem não conheça o cansaço. É a coroa da vida espiritual, e a cruz da vida material.
     Morte espiritual é viver sem experimentar o amor de Deus, e deixar de desfrutar suas delícias e maravilhas.

Comentário 8:
Verdade e realidade.
      O dualismo é a forma natural de pensar por opostos. Exemplo: bem e mal, Deus e demônio. Ele dá o mesmo grau de importância (valor) aos dois lados. A Bíblia (monoteísmo) não ensina assim. Ela mostra que há um terceiro caminho, o caminho espiritual. Ensina que os deuses governam as pessoas, e elas fazem a vontade de seus deuses, mas o monoteísmo só aceita um Deus, apesar das pessoas quererem mais de um. Assim o dualismo é a forma de pensar do politeísta, mesmo que se ache monoteísta. Veja só, se aplicarmos as definições dualistas teríamos os seguintes pares de opostos:
racional e irracional
coragem e medo
poder e fraqueza
verdade e mentira
bem e mal
bom e mau
Deus e demônio, etc
Estes são ‘opostos reais’ e antônimos na linguagem. Mas o monoteísmo considera o espírito, e estes pares se cruzam formando ‘opostos verdadeiros’:
racional e emocional
poder e medo
coragem e fraqueza
bem ou bom e mentira (erro, vontade)
verdade e ilusão
Deus é sem oposto. Ele é luz, vida, amor, alegria, paz, ciência e sabedoria.

       Se olhar a história verá que o homem sempre está a favor ou contra o sistema sócio econômico. Rebela-se, faz guerra, muda o sistema, mas a insatisfação permanece nas gerações que seguem. Jesus mostra que o homem é preso ao dualismo, mas que há uma terceira forma de ver as coisas, aquela necessária, a do entendimento e paz.
       Os fariseus não gostavam que Jesus curasse aos sábados, porque no sábado não podia trabalhar, mas Jesus fazia as curas. Porque para ele fazer o bem não é trabalho, é obrigação. Tudo é uma questão de interpretar materialmente ou espiritualmente.

Comentário 9:
Exegese
A exegese é a ciência da interpretação da Bíblia. Não se usa a palavra hermenêutica porque ela se refere ao deus grego da comunicação Hermes (Mercúrio). A exegese foi, e é aplicada nas traduções dos textos originais para o latim e para as línguas atuais. Estas traduções são quase exatas e são bem aceitas por todos. A exegese na interpretação dos textos para a formação de doutrinas das igrejas é que é duvidosa, por isso existem tantas denominações cristãs.
Por exemplo, quanto a Jesus, temos escrito na Bíblia:
1Tm2,5- Porque há um só Deus e há um só mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo, homem que se entregou como resgate por todos.
1Cor8,6- Mas, para nós, há um só Deus, o Pai, do qual procedem todas as coisas e para o qual existimos, e um só Senhor, Jesus Cristo, por quem todas as coisas existem e nós também.
At3,12-26- Pedro falou ao povo: ‘Homens de Israel, porque se admiram assim? 13-O Deus de Abrão, Isaac e Jacó, o Deus dos nossos pais glorificou seu servo Jesus, que vocês entregaram e negaram diante de Pilatos, quando ele quis soltá-lo. 15-Mataram o Príncipe da vida, mas Deus o ressuscitou dos mortos, disso somos testemunhas. 22- Já disse Moisés: ‘O Senhor, nosso Deus, vos suscitará dentre vossos irmãos um profeta semelhante a mim. 26- Foi em primeiro lugar para vós que Deus suscitou o seu servo, para vos abençoar, a fim de que cada um se aparte da sua iniquidade’.
At10,34- Pedro disse: 36- Deus enviou sua palavra aos filhos de Israel, anunciando a paz, por meio de Jesus Cristo. Este é o Senhor de todos. 38- Vocês sabem como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo, e com o poder, como ele andou fazendo o bem 40- Mas Deus o ressuscitou no terceiro dia e permitiu que aparecesse.

            Estes textos geraram as seguintes interpretações:
1- Interpretação direta da Bíblia:
Segundo Paulo e Pedro, Deus é único e Pai (criador e sustentador) de tudo. Jesus é homem e se tornou mediador (Senhor) entre os homens e Deus. Cristo (Messias) é o nome dado ao poder criador (e restaurador) de Deus (o Verbo), que viria para restaurar Israel, que Deus mandou sobre Jesus no batismo. O Cristo é a palavra de Deus, o conhecimento. Deus mandou também o Espírito Santo, seu poder santificador, que Israel não esperava. Como Jesus aceitou esta dupla unção, não só para restaurar Israel, mas toda humanidade, ele foi exaltado por Deus como Senhor (mediador) dos homens; o humano primogênito de Deus, substituindo Adão.

2- Interpretação esotérica:
Segundo S. Agostinho os platônicos diziam que os anjos eram deuses, e criaram tudo o que existe, e fazem a intermediação entre os homens e os deuses. Levam seus pedidos e trazem as respostas. Estes anjos podem ser bons e maus.

3- Interpretação da tradição: A tradição, através de S Agostinho, adaptou o esoterismo de Platão à Bíblia, e considerou Jesus um anjo (deus), que depois foi levado para junto do Pai como Deus Filho. Assim passou a existir a Trindade Divina.


link para o diagrama 'Espírito e Alma'.
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